Depois de meses de dificuldades e cobranças das arquibancadas, o destino sorriu para o meia-atacante Bernard na noite desta quarta-feira (24/9), na Arena MRV, em Belo Horizonte. Com gol salvador marcado aos 46 minutos do segundo tempo, o “Bambino de Ouro” selou a vitória do Atlético sobre o Bolívar-BOL, por 1 a 0, e a consequente classificação às semifinais da Copa Sul-Americana.
O duelo pelas quartas de final da competição continental foi repleto de tensão na Arena MRV. Com certa dose de improdutividade ofensiva, o Galo enfrentou muitas dificuldades para superar o adversário celeste na capital mineira.
A glória viria já nos minutos finais. Com cruzamento preciso de Gustavo Scarpa na segunda trave, Bernard usou a cabeça para deixar a má fase com a camisa preta e branca para trás.
O adversário do Atlético nas semifinais da Sul-Americna será o Independiente del Valle, do Equador, que eliminou o Once Caldas, da Colômbia, na disputa por pênaltis.
Próximos jogos de Atlético e Bolívar
O Atlético volta a campo no sábado (27/9), às 21h, para medir forças com o Mirassol. A partida pela 25ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro será disputada na Arena MRV.
Já o Bolívar voltará a jogar no domingo (28/9), a partir das 16h, contra o GV San José. O embate pela 23ª rodada do Campeonato Boliviano será jogado no Estádio Jesús Bermúdez, em Oruro.
Atlético x Bolívar: o jogo
O duelo teve início estudado na Arena MRV. Diante da forte marcação do Bolívar, o Atlético buscava maneiras para desestruturar a organização adversária e, consequentemente, progredir em campo com a posse de bola.
Sem muitas alternativas na construção, o Galo pecava pelo excesso de bolas longas para ligar o ataque. A maioria destas tentativas se mostrava infrutífera, já que os homens de frente não conseguiam reter a posse nos últimos metros do campo.
Aos 16 minutos, a primeira boa trama ofensiva alvinegra. Hulk escorou como pivô para Igor Gomes, que escapava livre pela direita. O meio-campista conduziu pelo lado e cruzou para o paraibano, que pecou pelo “egoísmo” e finalizou travado ao invés de servir Guilherme Arana, que chegava sem marcação pela esquerda.
Instantes depois do lance, o técnico Jorge Sampaoli foi forçado a fazer alteração. Com dores, o volante Alexsander deixou a partida para a entrada do meia-atacante Bernard – com a mudança, Igor Gomes foi recuado no meio-campo.
Nas arquibancadas da Arena MRV, os torcedores do Atlético passaram a demonstrar insatisfação com a falta de criatividade da equipe mineira, que abusava dos passes laterais e para trás. Aos 28 minutos, de toda forma, houve uma “onda de apoio” com direito a frisson, numa tentativa de inflamar o time dentro das quatro linhas.
Na reta final do primeiro tempo, o Atlético seguiu pecando – especialmente pela imprecisão nos passes. Fortemente marcado pelo Bolívar, o Galo se viu “preso” e improdutivo diante da proposta de jogo do adversário.
Segundo tempo
A etapa complementar teve início semelhante ao cenário dos 45 minutos iniciais. O Atlético seguia controlando a posse de bola, mas com poucas dinâmicas e iniciativas de ataque ao espaço para criar boas oportunidades de balançar as redes.
A primeira chance veio aos 7 minutos, quando Hulk acionou Bernard por passe em profundidade e viu o companheiro ser cortado pela defesa. O “Bambino de Ouro” insistiu no lance e ganhou, possibilitando finalização de Scarpa que passou perto do ângulo esquerdo rival. Pouco depois, Arana voltou a levar perigo com chute rasteiro de fora da área.
O crescimento do Galo era acompanhado pelo aumento do barulho vindo das arquibancadas. Aos 17 minutos, Sampaoli optou pela entrada de Rony na vaga de Reinier.
Em determinado momento, o Bolívar chegou a estabelecer períodos mais longos com a bola aos pés e tentou ameaçar em lance de bola parada, mas sem sucesso. Aos 28 minutos, Fausto Vera, Caio e Biel foram acionados nos lugares de Ivan Román, Arana e Hulk, nesta ordem.
Instantes depois, em uma sobra de bola, Damián Batallini saiu frente a frente com Everson. Ainda assim, chutou para fora e aliviou o susto dos torcedores nas arquibancadas.
O árbitro argentino Facundo Tello chegou a assinalar penalidade para o Atlético depois de falta em Biel, mas o VAR recomendou revisão do lance aos 28 minutos. A infração se transformou em falta na quina da área, e Gustavo Scarpa cobrou por cima da meta.
O confronto ganhava em tensão na Arena MRV com o decorrer dos minutos no relógio. Aos 40, Everson fez defesa providencial em lance cara a cara com Dorny Romero.
Até que já aos 46 minutos do segundo tempo, o Atlético se lançou ao ataque e viu a mágica acontecer. Gustavo Scarpa encontrou cruzamento perfeito para Bernard, que cabeceou para as redes e espantou a tensão alvinegra na Arena MRV: com roteiro de cinema, 1 a 0 para o Galo, classificado às semifinais da Copa Sul-Americana.
ATLÉTICO 1 x 0 BOLÍVAR
Atlético
Everson; Lyanco, Ivan Román (Fausto Vera, aos 28min do 2°T), Vitor Hugo e Guilherme Arana (Caio, aos 28min do 2°T); Alexsander (Bernard, aos 19min do 1ºT), Alan Franco, Igor Gomes e Gustavo Scarpa; Reinier (Rony, aos 17min do 2°T) e Hulk (Biel, aos 28min do 2°T)
Técnico: Jorge Sampaoli
Bolívar
Carlos Lampe; Jesús Sagredo, Miguel Torrén, Santiago Echeverría e José Sagredo; Ervin Vaca, Leonel Justiniano, Robson Matheus e Daniel Cataño (Dorny Romero, aos 38min do 2°T); Damián Batallini (Patrício Rodríguez, aos 38min do 2°T) e Martín Cauteruccio
Técnico: Flavio Robatto
- Motivo: jogo de volta das quartas de final da Copa Sul-Americana
- Data: 24/9/2025
- Estádio: Arena MRV, em Belo Horizonte
- Árbitro: Facundo Tello (Argentina)
- Assistentes: Juan Belatti (Argentina) e Gabriel Chade (Argentina)
- VAR: Germán Delfino (Argentina)
- Gol: Bernard (Atlético, aos 46min do 2°T)
- Cartões amarelos: Igor Gomes, Fausto Vera, Biel, Bernard (Atlético); Daniel Cataño, Miguel Torrén (Bolívar)
- Público: 34.102
- Renda bruta: R$ 1.451.028,85