Experiente, com sucesso no São Paulo e Copa do Mundo no currículo. Este é o atacante Christian Cueva, do Cienciano-PER, adversário do Atlético no Grupo H da Copa Sul-Americana.
O jogador peruano de 33 anos brilhou pelo Tricolor Paulista entre 2017 e 2020, com 20 gols e 19 assistências em 87 jogos. O desempenho o credenciou a disputar a Copa do Mundo de 2018.
Cueva foi titular do Peru nas três partidas da primeira fase, mas não conseguiu evitar a eliminação do time. A seleção ficou em terceiror lugar no Grupo A e viu França e Dinamarca avançarem às oitavas de final da competição.

Investimento sem retorno no Santos
Cueva deixou o São Paulo rumo ao Krasnodar, da Rússia, em 2019, mas retornou ao futebol brasileiro ainda naquele ano. Desta vez, para defender outro clube paulista: o Santos.
Para ter o jogador peruano, o Peixe se comprometeu a pagar 7 milhões de dólares (cerca de R$ 26 milhões) aos russos. O acordo não foi cumprido, o time quase levou outro transfer ban da Fifa, mas encontrou uma forma de parcelamento em abril do ano passado.
Além do problema fora de campo, o Santos se decepcionou com o futebol apresentado por Cueva, que disputou apenas 16 jogos pela equipe paulista, sem gols ou assistências.
Ainda naquele ano, o atacante sofreu com lesões musculares, virou reserva e forçou uma saída do time ao alegar salários atrasados e não inscrição no Campeonato Paulista.

Polêmica fora de campo
Cueva chegou a ser afastado pelo Cienciano assim que foi contratado pelo clube, em agosto do ano passado. A decisão se deu após denúncias de agressão da ex-mulher do jogador, Pamela López.
“Foram muitos anos de violência física e psicológica. Tratei-as com terapia. Tivemos uma relação de 13 anos, e acredito que os 13 anos foram de maus tratos físicos e psicológicos”, alegou a mulher.
“Depois de concluir o processo interno de investigação, o jogador Christian Cueva foi afastado de maneira definitiva do clube. Essa decisão foi tomada em cumprimento estrito aos nossos valores para preservar a integridade da instituição”, informou o Cienciano, em agosto do ano passado.
Cueva, então, se pronunciou sobre o assunto. O atacante disse que as agressões são indesculpáveis, mas só as fez como “respostas.”
“A violência é indesculpável e minha conduta, mesmo que não tenha sido espontânea, e sim uma resposta, também é. Fui taxado de muitas coisas más, defeitos que com certeza tenho, e agora me acusam de abusador, e creio que não sou”, escreveu, nas redes sociais.
“Sei que tenho uma personalidade complexa que vai além do que se pode ver e me faço e farei responsável pelos meus atos, o que não significa que deixe de me defender e busque esclarecer, diante das autoridades, os fatos que não foram contados da maneira que ocorreram ou que simplesmente não ocorreram. Por tudo isso, pelo que passou, pelo que aconteceu diferente e até pelo que não aconteceu, peço perdão”, disse em nota.
Apesar disso, o Cienciano decidiu reintegrar o jogador ao elenco ainda no ano passado. A partir de setembro, ele começou a ser relacionado e, desde então, participou de 13 jogos pela equipe, com dois gols marcados.
Atlético x Cueva
Cueva já enfrentou o Atlético em seis oportunidades e só saiu vitorioso em uma delas, pelo São Paulo. Nas outras cinco, foi derrotado três vezes e empatou duas em jogos por Santos e Alianza Lima.
Velho conhecido de Cueva dentro das quatro linhas, o diretor de futebol do Galo, Victor Bagy, destacou a experiência do atacante ao analisar o Cienciano.
“O Cienciano é uma equipe peruana de Cusco, temos a altitude, uma equipe com jogadores experientes. Tem o Cueva, que se destacou no futebol brasileiro. É uma equipe que vem tentando se firmar na temporada”, avaliou o ex-goleiro.
Cueva deve reencontrar o Atlético em 2 de abril. Essa é a provável data de estreia do Galo na Sul-Americana contra o Cienciano, fora de casa.