Apesar da crise extracampo, o Atlético superou as adversidades e garantiu vaga nas oitavas de final da Copa Sul-Americana ao vencer o Atlético Bucaramanga-COL nos pênaltis, nesta quinta-feira (24/7). Após bater o time colombiano por 1 a 0 na ida, o Galo foi derrotado por 1 a 0 na Arena MRV e precisou do brilho do goleiro Everson nas penalidades para avançar.
O ambiente não estava legal na Arena MRV. Com a crise gerada pelo pedido de rescisão do atacante Rony (que depois voltou atrás), a torcida mostrou a revolta e xingou o jogador. Além dele, os meias Gustavo Scarpa e Igor Gomes tiveram que lidar com a ira das arquibancadas – assim como os principais donos da SAF, a família Menin.
Dentro de campo, o primeiro tempo do Galo foi de altos e baixos. O time até criou, mas errou muito, levou o gol no fim e saiu sob vaias para o intervalo. Cuca deixou a equipe mais ofensiva, e a segunda etapa toda foi praticamente ataque x defesa. Apesar da pressão dos donos da casa, o confronto precisou ser decidido nos pênaltis.
O Atlético contou com bela atuação de Everson para avançar. O goleiro defendeu duas cobranças e ainda fez o gol que deu a vitória ao time.
Com a classificação, o Atlético terá pela frente o Godoy Cruz, da Argentina. Os jogos das oitavas de finais estão marcados inicialmente para as semanas de 13 e 20 de agosto.
Próximos jogos de Atlético e Bucaramanga
O Atlético volta a campo no domingo, às 20h30, quando enfrentará o Flamengo no Maracanã, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Já o Bucaramanga terá pela frente o Deportivo Cali na segunda-feira, às 20h, no Estádio Américo Montanini, em Bucaramanga, pela quarta rodada do Clausura do Campeonato Colombiano.
Atlético x Bucaramanga: o jogo
O Atlético contou com algumas novidades na escalação. Sem Alan Franco, Cuca optou por escalar Fausto Vera e Gustavo Scarpa como volantes. O primeiro não entrava em campo desde 21 de maio.
Com a bola, Rony abria pela direita, Dudu na esquerda e Hulk no centro. Antes dos cinco minutos o Galo já se postava no ataque e quase marcou com Scarpa. O meia também deixou Hulk na cara do gol, mas o camisa 7 desperdiçou bela oportunidade aos 13’.
Em paralelo a isso, a torcida realizava fortes vaias a Rony nos momentos em que o atacante pegava na bola. De forma mais amena, Scarpa e Igor Gomes ouviam o mesmo som das arquibancadas. Ainda assim, a maioria tentava apoiar o time ao longo do jogo.
Era um jogo muito concentrado entre as intermediárias. Após controlar os primeiros minutos, o Atlético recuou as linhas de marcação. O Bucaramanga, por sua vez, tentava encontrar espaços nas laterais, mas tinha dificuldades para criar chances.
Com poucas ferramentas ofensivas, o time mineiro voltou a ameaçar a meta adversária apenas aos 31’, quando Hulk rolou cobrança de escanteio para Scarpa, que parou no goleiro Quintana.
O Atlético reassumiu o controle da partida, mas errava muito – assim como os colombianos. A torcida, por sua vez, ia dando sinais de impaciência.
O Galo abusava de perder gols. Hulk tomou decisões erradas, enquanto Dudu parou no goleiro duas vezes. E um velho ditado no futebol veio à tona: quem não faz, toma.
Aos 44’, Sambueza cobrou falta na grande área, Mena ganhou no alto da defesa e marcou: 1 a 0. Este resultado levava a partida para os pênaltis, e as vaias da torcida foram inevitáveis ao fim do primeiro tempo.
Segundo tempo
Com esperanças de evitar os pênaltis, Cuca deixou o time ainda mais ofensivo e acionou Cuello no lugar de Igor Gomes. Com isso, Dudu deixou a ponta e se tornou praticamente um segundo atacante.
A mudança não adiantou muito em um primeiro tempo. Nervoso, o Atlético seguia errando passes bobos e apresentou um futebol pobre nos primeiros minutos. Até que, em bela jogada, Dudu acertou o travessão de cabeça, após cruzamento de Rony.
Nesse momento, ouvia-se mais apoio das arquibancadas do que vaias – até o trio era perdoado. Sem muitas alternativas, Cuca acionou Júnior Santos e Bernard nas vagas de Rony e Dudu.
O time começou a criar mais e embalar a torcida. Hulk, mais uma vez, perdeu gol ao tentar uma cavadinha. O ambiente melhorou, e as arquibancadas mostravam mais força do que no primeiro tempo.
Pressionado, o Bucaramanga recuou as linhas de marcação e fechava com uma linha de cinco na grande área. Com uma marcação efetiva, os colombianos conseguiram levar o confronto para os pênaltis. Melhor para o Galo, que teve Everson como principal nome na disputa.
Os pênaltis de Atlético x Bucaramanga
1º pênalti do Atlético: Hulk marcou
1º pênalti do Bucaramanga: Diego Chávez marcou
2º pênalti do Atlético: Gustavo Scarpa perdeu
2º pênalti do Bucaramanga: Carlos Henao perdeu
3º pênalti do Atlético: Bernard perdeu
3º pênalti do Bucaramanga: Jefferson Mena perdeu
4º pênalti do Atlético: Gabriel Menino marcou
4º pênalti do Bucaramanga: Zárate perdeu
5º pênalti do Atlético: Everson marcou
5º pênalti do Bucaramanga: não houve
Atlético 0 (3) x (1) 1 Atlético Bucaramanga-COL
Atlético
Everson; Natanael (Gabriel Menino, aos 47′ do 2ºT), Lyanco, Junior Alonso e Caio (João Marcelo, aos 39′ do 2ºT); Fausto Vera, Igor Gomes (Cuello, no intervalo) e Gustavo Scarpa; Rony (Júnior Santos, aos 16’ do 2ºT); Dudu (Bernard, aos 16’ do 2ºT) e Hulk
Técnico: Cuca
Bucaramanga
Quintana; Alba (Gutierrez, no intervalo), Jeferson Mena, Carlos Henao e Freddy Hinestroza (García, aos 30’ do 2ºT); Fabri Castro, Aldair Zárate e Fabián Sambueza (Chavez, aos 18’ do 2ºT); Fabel Gil (Vásquez, aos 18’ do 2ºT), Kevin Londoño (Romaña, aos 30’ do 2ºT) e Luciano Pons
Técnico: Leonel Álvarez
Gol: Mena, aos 44’ do 1ºT
Cartões amarelos: Caio, Fausto Vera, Alonso, Vitor Hugo e Hulk; Sambueza e Zárate
Motivo: volta dos playoffs da Copa Sul-Americana
Data: 24/7/2025 (quinta-feira)
Estádio: Arena MRV
Público: 22.653
Renda: R$ 1.222.611,92
Árbitro: Esteban Ostojich (URU)
Assistentes: Carlos Barreiro (URU) e Pablo Llarena (URU)
VAR: Christian Ferreyra (URU)