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Godoy Cruz alerta torcedores sobre racismo e xenofobia antes de jogo contra Atlético

Jogo de ida entre Atlético e Godoy Cruz, pela Sul-Americana, ficou marcado por confusão entre torcedores, seguranças e polícia e supostos atos racistas

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Na véspera do jogo de volta contra o Atlético, que será nesta quinta-feira (21/8), a partir das 19h, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, o Godoy Cruz alertou seus torcedores sobre os riscos de sanções caso sejam cometidos atos de racismo, xenofobia ou de outras formas de violência e discriminação no Estádio Feliciano Gambarte, o La Bodega, em Godoy Cruz, na Argentina.

Em comunicado publicado na manhã desta quarta-feira (20/8), o clube argentino escreveu a seguinte frase com destaque: “No Feliciano Gambarge, dizemos não à violência, ao racismo e à xenofobia.”

“O Club Godoy Cruz recorda que toda manifestação violenta ou descriminatória pode gerar sanções pessoais e desportivas, segundo estabelecido pela Conmebol. Vivamos a paixão com respeito e cuidemos de nossa casa. Ser bodeguero (apelido dado aos torcedores da equipe) é torcer com orgulho e sem discriminação”, concluiu, na nota.

Racismo nas competições sul-americanas tem sido frequente

Atos racistas de torcedores argentinos ou provenientes de outros países sul-americanos contra jogadores ou torcedores brasileiros têm sido comuns durante partidas da Copa Libertadores ou da Sul-Americana.

Na partida de ida do confronto entre Godoy Cruz e Atlético, na Arena MRV, na última quinta-feira (14/6), cinco torcedores argentinos presentes no setor visitante foram detidos pela polícia por supostos gestos racistas. A partida terminou com vitória de virada do alvinegro por 2 a 1.

Segundo a Polícia Civil, os detidos foram ouvidos na 2ª Central Estadual do Plantão Digital. Em seguida, foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de lesão corporal.

Os cinco homens assinaram um Termo de Compromisso de Comparecimento (TCC), foram liberados e responderão posteriormente na Justiça. O caso segue em investigação pela Delegacia Adida ao Juizado Especial de Belo Horizonte.

Nas oitavas de final, durante partida de ida contra o Atlético Bucaramanga no dia 17 de julho, o lateral-esquerdo do Atlético Caio Paulista foi alvo de gesto racista de torcedor adversário presente no Estádio Américo Montanini, em Bucaramanga, na Colômbia. O agressor foi preso ainda no local.

Godoy ficou na bronca por violência policial na Arena MRV

O Godoy Cruz não se manifestou sobre os supostos atos racistas cometidos por torcedores da equipe na Arena MRV. O clube ficou na bronca pela forte repressão policial da Polícia Militar de Minas Gerais aos adeptos argentinos após confusão no setor visitante do estádio.

Torcedores do “Tomba” e seguranças do estádio trocaram socos logo após o apito final. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) precisou intervir para conter a confusão.

O incidente após a partida na Arena MRV deixou dois feridos além do quinteto detido sob suspeita de racismo. Um deles foi hospitalizado e precisou ser submetido a cirurgia no Brasil para tratar lesões no pé.

Em nota publicada nas redes sociais, o Godoy reforçou seu compromisso com a paz nos estádios, se colocou à disposição para ajudar os envolvidos. “O Club Godoy Cruz reafirma seu compromisso com um futebol sem violência. A partir de nossa instituição, em consonância com os princípios promovidos pela CONMEBOL, dizemos NÃO à violência e SIM à paixão que nos une. Nos solidarizamos com todas as pessoas afetadas pelos incidentes recentes, e nos colocamos à disposição para lhes dar o acompanhamento necessário.”

“Nosso lugar está no alento, na alegria e no orgulho de vestir nossas cores. Queremos que nossa casa seja um exemplo de respeito e que a festa seja tão grande quanto o amor que sentimos por nossa instituição”, escreveu o clube.

Técnico do Godoy Cruz, Walter Ribonetto também se manifestou: “Isso (violência policial contra torcedores de times argentinos) vem acontecendo há algum tempo e continua ocorrendo. Já aconteceu com outras equipes e há familiares dos jogadores, torcedores que fazem um esforço importante (para viajar ao Brasil), e isso não é resolvido.

“Depois falamos sobre racismo, sobre situações que os incomodam e não fazemos nada. Temos que tentar corrigir isso porque dói muito. Há familiares e pessoas que vão assistir e se esforçam para este tipo de jogo e passam por isso… Dói muito”, finalizou o treinador.

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