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As ameaças do Lanús ao Atlético e o ponto fraco que pode ser decisivo na final

Jornalistas argentinos detalham estilo de jogo, elegem destaques e são unânimes em relação à fragilidade do Granate

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O Atlético enfrentará um time forte defensivamente, mas que também tem “armas” ofensivas importantes. A seguir, o No Ataque traz uma análise do Lanús, que medirá forças com o Galo na final da Copa Sul-Americana no sábado (22/11), às 17h, no Defensores del Chaco, em Assunção.

Para isso, a reportagem entrevistou os jornalistas argentinos Fernando Babor, do Canal 7 Cablevisión, e David Caruso, setorista do clube no portal Sintonía Granate.

O primeiro acredita que os argentinos chegam no melhor momento da temporada para a final. Já o segundo, citou a defesa como um ponto forte do Lanús, além de enfatizar que o time busca atacar majoritariamente a partir de contra-ataques.  

“O panorama do Lanús é muito importante. Agora está provavelmente no melhor nível do ano. Não foi fácil o começo de Mauricio Pellegrino no primeiro semestre, para além dos resultados que até existiam. O estilo de jogo não é o que mais se assemelha aos que os torcedores do Lanús gostam. Não é vistoso, mas é contundente, conseguiu resultados e talvez o mais importante é que chega em alta desde que o ano começou”, avaliou Fernando.

“O Lanús tem pontos básicos muito fortes: um é a defesa, porque tem quatro jogadores muito importantes – Losada, goleiro, Canales e Izquierdoz, zagueiro, e Sasha, lateral-esquerdo. O Lanús encontrou uma defesa estabelecida, e uma das estratégias é esperar o rival chegar à última zona, e uma vez que tem a bola circula muito rápido”, afirmou David.

O Granate, inclusive, é a segunda equipe com mais interceptações por jogo na Sul-Americana, com 11. O adversário do Galo de fato tem pouco a bola: apenas oito times na competição continental tiveram posse de bola menor que os argentinos.

Mauricio Pellegrino, técnico do Lanús - (foto: Luis ROBAYO / AFP)
Mauricio Pellegrino, técnico do Lanús(foto: Luis ROBAYO / AFP)

Como o Lanús ataca?

Segundo David, o Lanús aposta em ataques mais verticais – justamente por isso tem menos posse. Neste sentido, o meia Marcelino Moreno e os atacantes Salvio e Castillo são peças importantes.

“O time chega à área adversária em dois, três passes, esta é a ideia. Uma vez que encontra os espaços, tenta aproveitar com Marcelino Moreno, Salvio e Castillo, que não só está fazendo gols, mas é muito veloz, potente, e recebe muitas bolas”, afirmou.

“Moreno, Salvio e Castillo precisam de espaço para correr. O Lanús deixa o adversário atacar, sabe que tem potencial para agredir o rival. Se permite roubar a bola mais atrás para aproveitar os espaços no campo”, completou.

“O Lanús é um time experiente, que se move em bloco e não fica muito com a bola. É mais geralmente de ceder a iniciativa ao rival. Assim foi como pôde sair ganhador no cruzamento com o Fluminense, na ida e na volta – em Buenos Aires e depois no Maracanã”, concordou Fernando.

Citado por David, Rodrigo Castillo é o artilheiro do time na temporada, com 10 gols 23 jogos – Marcelino Moreno também marcou 10, mas em 42 partidas. O centroavante tem 26 anos e se destacou no Gimnasia antes de chegar ao clube, ainda nesta temporada. 

“O rendimento (do Lanús) cresceu notavelmente – mais em contundência com a chegada de Rodrigo Castillo, que é um dos pontos fortes que o Lanús tem. A concretização dos gols quando apresentam as situações de perigo. O que o Rodrigo Castillo entregou foi contundência”, elogiou Fernando.

Castillo comemora gol pelo Lanús contra a LaU - (foto: Luis ROBAYO / AFP)
Castillo comemora gol pelo Lanús contra a LaU(foto: Luis ROBAYO / AFP)

Possível ‘caminho’ para o Atlético

Se por um lado o Atlético está de olho nos pontos fortes do Lanús, por outro pode explorar muito a dupla Dudu e Guilherme Arana pelo lado esquerdo. Isso porque, segundo David, o ponto fraco do Lanús é justamente naquele setor. 

“O ponto mais fraco que tem o Lanús, sua debilidade, é o lado direito, o setor de Gonzalo Pérez. O uruguaio não é lateral-direito, é um zagueiro que foi improvisado neste lado”, opinou David. 

“É um jogador que não vai muito ao ataque, que fica ao centro, que chega ao fundo e, ao mesmo tempo, com jogadores rápidos que o atacam, a marcação se dificulta. Não tem tantas opções no banco, porque o Armando Méndez está fora, mas por agora, o treinador vai sempre dando a confiança a Gonzalo Pérez”, completou.

“O ponto de debilidade é o lado direito da defesa com Gonzalo Pérez, um jogador que não tem muita projeção. Naturalmente, como marcador central veio jogar como lateral. Não muito mais que isso”, analisou Fernando.

Números do Lanús na temporada

  • 49 jogos
  • 22 vitórias
  • 17 empates
  • 10 derrotas
  • 56 gols marcados
  • 33 gols sofridos
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