Antes mesmo de pisarem no estádio, Emerson Bandeira Bernardino, 52, e o filho Juan Santos Bandeira, 26, já estavam deixando suas marcas em Assunção — literalmente. A dupla de Belo Horizonte decidiu que a viagem para a final da Copa Sul-Americana teria um ritual próprio: espalhar adesivos do Atlético por todos os lugares por onde passam na capital paraguaia.
A decisão de viajar nasceu ainda na classificação contra o Independiente del Valle, na semifinal. “Na última final eu não pude vir, mas desta vez eu falei: impossível perder. Só se o mundo acabasse”, conta Emerson.
Ao chamar o filho, a resposta veio na hora. Juan lembra que a vaga confirmou tudo: “Ano passado não conseguimos ir à final (da Copa Libertadores) em Buenos Aires. Desta vez, a gente não abriria mão.”
A missão adesivo: marcar território
A prática veio de um amigo próximo, do movimento Galosofia. “O legado é do Maluco Rafa. Ele criou essa Galosofia de espalhar o adesivo do Galo onde passa. Trouxe isso pra cá e chamei de marcar território — sem pichar, só adesivo. É simbólico”, explica Emerson.
Juan reforça a disposição da dupla: “Virou missão. Shopping, carro, praça, poste… tudo que for possível, sem cometer crime. Onde dá, a gente cola. A cidade está ficando com a cara do Galo.”
E Assunção confirma: restaurantes, banheiros, lojas, semáforos, carros de entrega — qualquer ponto vira superfície para o escudo alvinegro. “Onde a gente vai, fica um adesivo”, resume o pai.
Da viagem tranquila ao clima de decisão
A dupla chegou à capital paraguaia em um voo com conexão rápida em São Paulo. O desembarque foi tranquilo — e a operação adesivo começou imediatamente.
Enquanto colam símbolos, também alimentam a confiança para o jogo. Emerson está otimista: “Confiança de 97%. Os outros 3% é só se Jesus descer e falar que não vai dar.”
Juan prefere equilíbrio, mas não esconde a expectativa: “A melhor possível. Queremos sair vitoriosos, mas é jogo único. Tudo pode acontecer.”
Mais que futebol: memória colada para sempre
Para pai e filho, a viagem representa algo maior que os 90 minutos da final. É experiência, afeto, parceria — e a chance de deixar alguns pontos de Assunção marcados com o rastro da Massa.