Capitão do Atlético, o zagueiro Junior Alonso pediu desculpas em nome dos companheiros pela discus~soa com a torcida na final da Copa Sul-Americana. O jogador lamentou o ocorrido após o empate do alvinegro por 1 a 1 com o Flamengo, nessa terça-feira (25/11), na Arena MRV, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro.
No sábado (22/11), o zagueiro Lyanco, o atacante Cuello e outros atletas que não estavam relacionados para o jogo contra o Lanús-ARG se envolveram em uma confusão com um torcedor que reclamou do pênalti perdido por Biel.
O atleticano se exaltou na arquibancada do Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, e os atletas se incomodaram com a postura. Logo após Lautaro Acosta perder o pênalti eles se dirigiram aos jogadores e proferiram xingamentos.
O pedido de desculpas de Alonso
Para Alonso, os jogadores deveriam ter “respeitado o momento”. Ele pediu desculpas e disse que é necessário assumir o erro.
“Sim, vimos o que aconteceu. Não sabia, vi os vídeos ontem (segunda-feira). Foi um momento em que todo mundo estava com a cabeça quente, o torcedor, os companheiros também. Sabemos que não podemos brigar com os torcedores, temos que respeitar o momento. Pedimos desculpas, peço desculpas pelos meus companheiros, aos torcedores, por tudo que aconteceu”, disse, na zona mista.
“Não deveria ter acontecido porque os jogadores tinham que estar em outro lugar, mas esse é outro ponto à parte. O mais importante é que precisamos ser homens quando erramos e pedir desculpas quando acontece algo assim”, finalizou.
Lyanco saiu em defesa dos jogadores
Um dos envolvidos na confusão, Lyanco se pronunciou sobre o acontecimento em vídeo publicado no Instagram. Ele iniciou a fala reconhecendo o sacrifício da torcida que viajou ao Paraguai e a dor de ver o esforço sem a recompensa do título.
“Depois de um jogo tenso, nervoso para todo mundo, não só para o torcedor. Todo mundo sabe o quanto vocês fizeram para estar lá… É viagem, o que vocês deixaram de fazer e vender para conseguir uma grana para ir para lá. A gente sabe disso tudo, a gente está ciente disso tudo. O que mais dói, o pior de tudo, é ver o pessoal, quando o juiz acaba o jogo, virando as costas e tendo que ir embora”, disse.
O zagueiro explicou que a presença dos jogadores não relacionados na arquibancada, próximos à torcida, foi uma determinação da Conmebol. Ele negou ter proferido xingamentos contra a mãe do torcedor e disse que sua atitude foi uma reação a provocações, não uma ação inicial.
“Aquele lance ali, primeiro de tudo, a gente estava ali a pedido da Conmebol, foram eles que decidiram onde os jogadores que não estavam relacionados iriam ficar, então por isso que a gente ficou na arquibancada próximo da família, próximo de torcedores”, pontuou Lyanco.
Sobre a discussão, ele foi enfático. “O que aconteceu ali, eu até vi hoje o vídeo desse cara aí, em momento nenhum eu xinguei mãe de ninguém, assim como falaram da minha mãe, para véi! Não tem ninguém santinho aqui… E foi uma reação minha, não foi uma ação, não fui eu quem comecei. Eu reagi àquilo que foi falado”.
O atleta também defendeu que, se o elenco ficasse inerte diante do momento tenso, seria criticado pela falta de união e envolvimento.
“Se eu não tivesse feito nada, se ninguém tivesse feito nada, no final do jogo ia estar todo mundo postando: ‘Olha o time que não está unido, ninguém ligando para nada, ninguém p****, ninguém nervoso, ninguém ficou triste, ninguém chorou, ninguém tá bravo, olha só a carinha de feliz, ouvindo música, agora sai todo mundo com seu milhão, com seu carro, não sei o que, não está nem aí para nada’”.
Cobrança e crítica ao timing do xingamento
Por fim, Lyanco ressaltou que os atletas também são cobrados e se sentem no direito de reagir, especialmente porque o xingamento ocorreu durante a disputa de pênaltis, quando o Galo ainda tinha chances de vencer o título.
“Agora quando a gente bate de frente, torce, está ali quente vivendo o momento, a gente está errado porque desrespeita o torcedor. Vocês têm que saber que da mesma forma que cobram, são nervosos, xingam e não sei o que, a gente também, cara. A gente também é cobrado, se cobra individualmente, se cobra como grupo,” afirmou.
Ele criticou o momento da provocação, que aconteceu em meio ao jogo, duante a disputa de pênaltis.
“E ali foi um momento que a gente estava como torcedor, numa arquibancada, entendendo o calor do jogo, o calor do momento, a penalidade… Aí está outro fato também. O xingamento não veio após uma partida, foi durante os pênaltis. O jogador do Lanús perdeu o pênalti, ele estava xingando. A gente estava vivo ainda, ainda estava para ganhar um título. Acabou o jogo faz o que você quiser, meu irmão. Agora, no meio do jogo vem o cara… Tú está torcendo ou tá o quê? Vai ali e torce, irmão, acaba o jogo você xinga e faz o que quiser”.