Se você torce para algum clube que disputou a Copa Libertadores nos anos 2000, certamente temeu em algum momento a figura de Juan Román Riquelme. Maior ídolo da história do Boca Juniors, o ex-meia hoje é o presidente do clube em que se consagrou com três títulos continentais. Bastante competitivo nessa década, o Cruzeiro foi uma das equipes que sofreram com o antigo camisa 10. De pesadelo, porém, o argentino passou a sonho de consumo quase realizado.
Em dezembro de 2012, Riquelme esteve perto de trocar Buenos Aires por Belo Horizonte. A transferência do Boca para o Cruzeiro já era certa, mas um atraso na assinatura de documentos impediu que fosse concluída.
“O presidente do Boca (Daniel Angelici) demorou para assinar os papéis e não pude ir para o Brasil. Estava disposto a jogar pelo Cruzeiro, até pela interferência do Sorín (ídolo do Cruzeiro), mas demoraram com a papelada”, afirmou Riquelme em entrevista à TV Gazeta, na ocasião.
Ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella disse em entrevista ao Estado de Minas em 2014 que o negócio também poderia ter ocorrido em 2010. As tratativas contaram com o intermédio do ex-lateral-esquerdo Juan Pablo Sorín, amigo pessoal de Riquelme e maior ídolo estrangeiro da Raposa. O armador era alvo da diretoria celeste em 2001, antes se transferir para o Barcelona.
“O Riquelme era um jogador que me encantava. Na verdade, tentei contratá-lo mais de uma vez. O que atrapalhou em 2010 foi o pedido do Boca, que queria US$ 6 milhões para liberar. Cheguei a acertar salários com o Riquelme, foi algo perto de US$ 200 mil. Era um valor muito alto para a época”
Zezé Perrella, ex-presidente do Cruzeiro
“Tentei trazer o (técnico José) Pékerman em 2010, foi ele quem sugeriu o Riquelme. Como o negócio não deu certo, acabou que a vinda do treinador esfriou”, completou o ex-dirigente, que presidiu a Raposa de 1995 a 2002 e entre 2009 e 2011.
Cruzeiro reencontrará Riquelme nesta quinta-feira
Boca e Cruzeiro se enfrentarão nas oitavas de final da Copa Sul-Americana. O primeiro jogo será nesta quinta-feira (15/8), a partir das 21h30, na Bombonera, em Buenos Aires. A segunda parte do duelo ocorrerá uma semana depois, no mesmo horário, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Agora, o encontro entre Cruzeiro e Riquelme será nos bastidores. O ídolo xeneize foi eleito mandatário do Boca em dezembro de 2023, quando venceu o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri na disputa pelo cargo.
Quantas vezes Cruzeiro e Riquelme se enfrentaram?
Riquelme enfrentou o Cruzeiro três vezes. A primeira na quinta rodada da fase de grupos da Supercopa Libertadores de 1997. O time estrelado venceu o Boca por 2 a 1 no Mineirão.
Onze anos depois, Riquelme marcou o seu único gol diante do Cruzeiro na partida de ida das oitavas de final da Libertadores de 2008, na Bombonera. O Boca venceu a Raposa por 2 a 1 nos dois jogos e passou de fase.
Carreira de Riquelme
Apesar do grande vínculo com o Boca, Riquelme deu os primeiros passos no Argentinos Juniors, mesmo clube em que se aposentou. No futebol espanhol, o meia vestiu as camisas de Barcelona e Villarreal. Ele ainda defendeu a Seleção Argentina durante parte dos 18 anos de carreira (1996 – 2014).
Títulos de Riquelme pelo Boca Juniors
- Copa Intercontinental (2000)
- Libertadores (2000, 2001 e 2007)
- Recopa Sul-Americana (2008)
- Campeonato Argentino (1998, 1999, 2000, 2008 e 2011)
- Copa Argentina (2011-12)