COPA SUL-AMERICANA

Libertad x Cruzeiro: experiência no Defensores del Chaco teve clima leve e ‘perrengues’

Cruzeiro venceu o Libertad por 2 a 0, no Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai, pelas quartas de final da Sul-Americana
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Localizado no bairro Sajonia, o Defensores del Chaco é um ponto de fácil acesso para quem está no centro de Assunção. Com menos de dez minutos, os turistas podem chegar de carro ao estádio, casa da seleção e das principais partidas internacionais do futebol paraguaio.

Foi lá que o Cruzeiro venceu o Libertad por 2 a 0, nessa quinta-feira (19/9), no duelo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. Os atacantes Kaio Jorge e Lautaro Díaz fizeram os gols da Raposa, que saiu em vantagem na chave.

Estrutura do Defensores del Chaco

Não foi difícil caminhar no entorno do Defensores del Chaco antes do jogo. O clima era leve e pacato, mesmo com número alto de guardas, que adotaram postura tranquila diante do baixo quantidade de torcedores – o número total não foi divulgado.

À medida que o estádio se aproximava, era possível ver pequenos comércios de moradores da região. Nada fora do tradicional: algumas poucas barracas de comida, como churrasco e sanduíches, e um vendedor de camisas não oficiais do Libertad.

Leia: Jogador do Cruzeiro encontra familiares no meio da rua após duelo com Libertad

Passadas as barreiras de segurança e já dentro do estádio, o cenário era de mescla entre passado e presente. Nem tão velho e não novo: assim pode ser definido o Defensores del Chaco, que pode receber até 37 mil torcedores atualmente.

Há cadeiras em todos os setores, mas anexas ao chão, diferentes das escolhidas para as modernas arenas multiuso construídas na última década. ‘Por trás das câmeras’, onde os torcedores não veem, há salas e corredores simples, sem luxo.

A visão que os jornalistas têm do campo é parcialmente poluída por telas de vidro e divisórias. Um ponto negativo é a falta de bebedouros no setor de imprensa, fator que obriga os profissionais a comprarem e levarem garrafas de água. Os positivos são a presença de Wi-fi e um elevador.


Torcidas de Libertad e Cruzeiro

Quando o jogo começou, foi fácil notar a baixa adesão de pessoas ao jogo, que teve destaque mediano na imprensa local. Mesmo sendo o único paraguaio vivo em torneio continental, o Libertad não tem tantos holofotes quanto Olimpia e Cerro Porteño, dupla que é maioria entre os habitantes da região.

Em geral, os torcedores alvinegros permaneceram sentados e não entoaram cânticos ao longo do duelo com o Cruzeiro. Algumas jogadas arrancaram suspiros dos paraguaios, que bateram palmas em determinados momentos. Instrumentos, porém, puderam ser ouvidos a todo tempo, algo que deu um pouco de alma à torcida.

Posicionados atrás do gol, os cruzeirenses deram sorte: viram de perto os gols de Kaio Jorge e Lautaro Díaz, marcados aos 18 e 47 minutos do etapa inicial, respectivamente.

O autor do primeiro tento celebrou a abertura do placar perto dos apoiadores e pôde ouvir o seu nome ser cantado mais uma vez. No fim da partida, Kaio ainda jogou a camisa que usou para os torcedores.

Entre o estádio e a vizinhança não há grades de separação. Isso gera uma situação curiosa: para ir da tribuna de imprensa à zona mista é preciso deixar sair, ir para a rua, caminhar em meio aos torcedores do Libertad e voltar ao Defensores del Chaco pela entrada de um setor anexo.

Bebidas são proibidas nos estádios do Paraguai

É proibido ingerir álcool antes e durante os jogos de futebol no Paraguai. Na teoria, deveriam haver bafômetros na entrada de todos os estádios, mas a fiscalização é mais branda em jogos de pequeno porte.

Por isso, não há venda de bebidas dentro e fora do Defensores del Chaco. A determinação faz parte da lei paraguaia nº 1886, de 2002, que ainda proíbe objetos como mastros, bombas, sinalizadores e até equipamentos de tereré, a bebida mais tradicional do país.

Essa legislação foi criada para reduzir a violência nos estádios do Paraguai. Propagandas políticas e religiosas também não são permitidas durante os jogos.

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