Um torcedor do Lanús foi preso, no início da madrugada desta quinta-feira (24/10), por prática de gestos racistas – imitou um macaco em direção à torcida do Cruzeiro – e só foi liberado da delegacia do Mineirão após o clube argentino pagar a fiança de R$ 1.500.
O crime ocorreu ainda dentro do estádio, durante o empate por 1 a 1 com a Raposa pela ida da semifinal da Copa Sul-Americana, e o jovem de 18 anos foi detido no Mineirinho, após o fim do jogo. A torcida do Lanús estava retida no ginásio ao lado do Mineirão e teve um apoiador preso pela Polícia Militar de Belo Horizonte.
Crime do torcedor do Lanús
Ainda dentro do Mineirão, o torcedor de 18 anos foi flagrado por câmeras imitando um macaco em direção à torcida celeste. Após o jogo, a polícia identificou e prendeu o argentino, que foi encaminhado à delegacia do estádio e enquadrado no parágrafo 7 do artigo 201 da Lei Geral do Esporte.
O artigo fala sobre “promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou invadir local restrito aos competidores ou aos árbitros e seus auxiliares em eventos esportivos” e pode dar pena de até “um ou dois anos de prisão, e multa”. Já o parágrafo 7 do artigo determina que “as penalidades previstas neste artigo são aplicadas em dobro quando se tratar de casos de racismo no esporte brasileiro ou de infrações cometidas contra as mulheres”.
Diferentemente do racismo, a prática de gestos racistas, que foi a definição da ação do argentino, é um crime afiançável, como definiu o delegado Félix Magno, da Delegacia de Eventos e Apoio ao Turista.
Pagamento da fiança
Devido à prisão, três pessoas do Consulado da Argentina compareceram à delegacia para auxiliar o torcedor detido.
Na sequência, o Lanús efetuou o pagamento da fiança para liberar o torcedor da prisão. O valor gasto para soltar o jovem de 18 anos foi de R$ 1.500.
Com a soltura, o apoiador do clube argentino deixou a delegacia do Mineirão e preferiu não falar com a imprensa. Porém, ao ser perguntado se estava arrependido de cometer o crime, ele afirmou que sim ao balançar a cabeça.
Posteriormente, as imagens do ato serão encaminhadas ao Ministério Público para análise e decisão sobre a pena ao torcedor.