CRUZEIRO

Quem foi o jogador que se tornou ídolo de Racing e Cruzeiro?

Adversários na final da Copa Sul-Americana, Cruzeiro e Racing têm o zagueiro Roberto Perfumo como ídolo em comum
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Adversários na final da Copa Sul-Americana, Cruzeiro e Racing têm um ídolo em comum. Roberto Perfumo se destacou com as duas camisas nas décadas de 1960 e 1970. O No Ataque relembra a carreira do zagueiro apontado como um dos melhores do mundo por colegas do futebol e jornalistas esportivos daquela época.

Nascido em 3 de outubro de 1942, Roberto Alfredo Perfumo iniciou a trajetória na base da agremiação de Avellaneda em 1960. No começo, desempenhava a função de volante. Porém, devido à concorrência na posição, passou a atuar no lado direito da defesa. A recomendação partiu do técnico Juan José Pizzuti, que o considerava “leve, forte e bom chutador com as duas pernas”.

A habilidade com a bola nos pés e a técnica refinada tornaram Perfumo um zagueiro à frente de seu tempo. Ele sempre procurava se antecipar aos atacantes adversários, bem como esbanjava classe para sair jogando e confiança ao participar das construções ofensivas. Exímio cobrador de faltas e pênaltis, marcou 14 gols em 232 jogos pelo Racing desde a estreia como profissional, em 1964.

Apelidado de “El Mariscal” (O Marechal, em espanhol), Roberto venceu duas edições do Campeonato Argentino (1961 e 1996), a Copa Libertadores e a Copa Intercontinental (ambas em 1967). Nesse período, ganhou oportunidades na seleção de seu país, sendo titular na Copa do Mundo de 1966 com apenas 23 anos.

Perfumo no Cruzeiro

Em 1971, Perfumo deixou o Racing e se transferiu para o Cruzeiro, pelo qual conquistou os estaduais de 1972, 1973 e 1974, além de ter sido vice do Brasileirão de 1974 em polêmica derrota por 2 a 1 para o Vasco, no Maracanã. Na ocasião, o árbitro Armando Marques anulou um gol legítimo do volante Zé Carlos, que estava atrás da linha da bola quando recebeu o cruzamento de Nelinho. A Raposa seria campeã com o empate em razão da campanha superior na fase classificatória.

Embora tenha lidado com dificuldades de adaptação a Belo Horizonte, Roberto Perfumo cumpriu seu contrato com o Cruzeiro. Em três anos, o argentino disputou 141 jogos e fez seis gols. Entre os estrangeiros, só fica abaixo dos compatriotas Lucas Romero (200) e Ariel Cabral (200), do uruguaio Arrascaeta (188) e do boliviano Marcelo Moreno (147).

Enquanto atleta do Cruzeiro, Perfumo foi capitão da Argentina na Copa do Mundo de 1974. O país terminou na oitava colocação geral dentre 16 seleções. Alguns jogadores desse elenco se tornaram campeões mundiais em 1978, casos do goleiro Ubaldo Fillol e dos atacantes Mario Kempes e René Houseman.

Roberto Perfumo no Cruzeiro e no Racing

Pós-carreira

De 1975 a 1978, “El Mariscal” representou o River Plate em 110 jogos, aposentando-se dos gramados aos 36 anos. Posteriormente, trabalhou como treinador, comentarista esportivo no rádio e na televisão e chefiou a Secretaria Nacional de Esportes da Argentina no governo de Néstor Kirchner.

Perfumo morreu em 10 de março de 2016, aos 73 anos. O ex-jogador teve um aneurisma cerebral dentro de um restaurante na Argentina e, como consequência, sofreu traumatismo craniano ao cair da escada do estabelecimento.

Dois meses antes de falecer, o antigo zagueiro entrou para a seleção de todos os tempos da Associação do Futebol Argentino (AFA). A escalação tinha Fillol; Zanetti, Perfumo, Passarella e Tarantini; Brindisi, Redondo e Maradona; Messi, Batistuta e Mario Kempes.

Final da Copa Sul-Americana

Em 23 de novembro (um sábado), no Estádio General Pablo Rojas (La Nueva Olla), em Assunção, no Paraguai, Cruzeiro e Racing medirão forças valendo o título da Sul-Americana. Posteriormente, a Conmebol confirmará o horário da decisão.

A Raposa avançou à final do torneio continental na quarta-feira (30/10), quando derrotou o Lanús por 1 a 0, em La Fortaleza, na Grande Buenos Aires. Já o Racing bateu o Corinthians de virada, por 2 a 1, nessa quinta (31/10), no El Cilindro, em Avellaneda.

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