Ao olhar ao passado é possível entender por que Gustavo Costas e o Racing estão tão entrelaçados. Entre 1982 e 1996, o ex-zagueiro disputou 337 partidas pelo clube argentino, um recorde na era profissional. A relação ainda ganharia continuidade em outra função. Em janeiro, o profissional assumiu o comando da Academia pela terceira vez. Agora, com um sonho bem definido: vencer a Copa Sul-Americana.
Racing e Cruzeiro decidem o título no dia 23 de novembro (sábado), a partir das 17h, no Estádio General Pablo Rojas (La Nueva Olla), em Assunção, no Paraguai.
O último título continental da equipe de Avellaneda, na Grande Buenos Aires, foi a Supercopa Libertadores de 1988. Costas estava em campo nessa final, que, curiosamente, também foi disputada contra o Cruzeiro. Em 1991, a Raposa ganhou do Racing na final do mesmo torneio.
Essa longa seca de conquistas internacionais incomoda profundamente a Costas, que se emocionou ao falar de sua terceira decisão diante da Raposa. Com os olhos marejados, ele declarou: “Só penso em vencer a Copa!”
“Eu disse (aos jogadores) que eles precisam sonhar. Há coisas que não podem ser ditas, mas eles têm que pensar na Copa, na Copa, na Copa. Isso que eu tenho dito. Onde quer que eles estejam, com a namorada, com a esposa, têm que estar pensando na Copa. Esse sonho ninguém pode tirar. É único”
Gustavo Costas, técnico do Racing
“Não somos melhores, mas somos diferentes dos outros. Como você viu, todos estavam chorando. O Racing merece chegar a uma final internacional e ganhar. Agradeço a Deus por viver esse momento. Não somos milionários, mas temos Copas”, afirmou.
Amor pelo Racing
Costas declara que nenhuma conquista se compara à possibilidade de ser campeão pelo Racing. O técnico já venceu títulos nacionais por Alianza Lima, do Peru; Cerro Porteño, do Paraguai; Barcelona de Guayaquil, do Equador; e Independiente Santa Fé, da Colômbia.
“Tive momentos lindos na carreira, mas não se compara, porque o Racing é tudo para mim. Poder vencer algo com o Racing, ainda mais internacional, é o que eu mais quero. Agradeço a Deus por viver este momento.”
Quando jogador, Costas atuou por Racing (1981 a 1989 e 1992 a 1996) e Gimnasia de Jujuy (1996 a 1997), na Argentina, e Locarno, na Suíça (1989 a 1992). A única conquista de sua carreira como jogador foi a Supercopa de 1988.
As duas primeiras passagens de Costas como técnico da Academia ocorreram de 1999 a 2000 e em 2007. Costas ainda não venceu títulos como treinador do clube.
Final contra o Cruzeiro
A trajetória do Racing começou no Grupo H, que tinha RB Bragantino; Coquimbo Unido, do Chile; e Sportivo Luqueño, do Paraguai.
Depois, a equipe argentina eliminou o Huachipato, do Chile, nas oitavas; o Athletico Paranaense, nas quartas; e o Corinthians, na semifinal da Sul-Americana.
“Tivemos muito inconvenientes durante o ano. Foi difícil. Tivemos lesões de jogadores importantes. Estávamos armando a equipe e nunca podíamos arma-la, porque tivemos problemas nesse aspecto. Por isso a equipe teve muitos altos e baixos. Há muitos jogadores novos que não tinham ainda passado por esses problemas. Não é fácil vestir a camisa do Racing. Nos custou, mas sempre tive uma fé incrível”, relatou Costas.
Títulos internacionais do Racing
- Copa Intercontinental de 1967
- Copa Libertadores de 1967
- Supercopa Libertadores de 1988