O Cruzeiro ficou praticamente sem reação na final da Copa Sul-Americana ao sofrer dois gols em menos de 20 minutos. O lateral-direito Gastón Martirena, aos 14′, e o atacante Adrián Martínez, aos 19′, abriram 2 a 0 para o Racing no Estádio General Pablo Rojas (La Nueva Olla Azulgrana), em Assunção, no Paraguai. A Raposa esboçou reação no segundo tempo, com Kaio Jorge, aos 6′, porém os argentinos sustentaram a pressão e “mataram” a partida em contra-ataque de Roger Martínez, aos 50′: 3 a 1.
O perfil da Conmebol Sul-Americana na rede social X destacou a origem do primeiro gol do Racing. A jogada começou em uma saída de bola de Cássio, goleiro do Cruzeiro, em direção a Matheus Pereira. A redonda passou pelo camisa 10 e chegou até Gabriel Verón, mas Santiago Sosa conseguiu se antecipar ao atacante celeste e fez o corte.
Na sequência, Lucas Romero fez o domínio na intermediária da defesa da Raposa. Mesmo pressionado por dois jogadores do Racing, o capitão protegeu a bola e recuou para João Marcelo, que, de primeira, entregou para Walace. O camisa 20 tinha a chance de tocar para Villalba, mas preferiu arriscar em direção a Marlon. O passe saiu errado, de graça nos pés do armador Juan Quintero.
Assim que Quintero ajeitou a bola, Martirena ultrapassou Marlon no corredor e invadiu a grande área. O lateral do Racing tentou cruzar, mas Villalba foi bem na cobertura e efetuou o bloqueio. O defensor cruzeirense afastou de cabeça, justamente para Walace, que também tirou a redonda para o alto.
Novamente, os argentinos recuperaram a posse, pois Nardoni entrou na frente de Matheus Pereira e deu de peito para Quintero. O camisa 8 do Racing voltou a acionar Martirena, que resolveu lançar para Adrián Martínez na grande área. A bola, contudo, tomou uma surpreendente direção e encobriu o gigante Cássio, de 1,96m, a ponto de “furar” a rede.
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Estatísticas do jogo
O Cruzeiro jogou “à maneira” Fernando Diniz ao contabilizar 70% de posse de bola e mais de 500 passes. O Racing, por sua vez, demonstrou mais objetividade ao explorar a velocidade dos pontas nas costas dos laterais celestes.
Segundo o SofaScore, o time argentino finalizou sete vezes – cinco no rumo da meta de Cássio e duas para fora. A Raposa também teve cinco chutes no alvo, mas em 11 tentativas.
Racing 3 x 1 Cruzeiro
- Posse de bola: 30% x 70%
- Grandes chances: 3 x 3
- Finalizações: 7 x 11
- Defesas do goleiro: 4 x 2
- Escanteios: 1 x 5
- Faltas: 12 x 12
- Passes: 219 x 523
- Eficácia nos passes: 65% x 83%
- Desarmes: 16 x 3
Cruzeiro perde nona de 16 finais continentais
Ao ser derrotado pelo Racing, o Cruzeiro perdeu a nona das 16 finais continentais que disputou. Além da Sul-Americana de 2024, o time foi vice da Libertadores de 1977 e 2009; da Supercopa Libertadores de 1988 e 1996; da Recopa Sul-Americana de 1992 e 1993; da Copa Master da Supercopa de 1992; e da Copa Mercosul de 1998.
Por outro lado, o clube celeste venceu sete títulos internacionais: Copas Libertadores de 1976 e 1997, Supercopas Libertadores de 1991 e 1992; Recopa Sul-Americana de 1998, Copa Ouro de 1995 e Copa Master da Supercopa de 1995.
Campanha e premiação na Copa Sul-Americana
A campanha do Cruzeiro na Copa Sul-Americana de 2024 foi de seis vitórias, cinco empates e duas derrotas em 13 jogos. O time marcou 16 gols e sofreu 10.
Na fase de grupos, a Raposa somou 12 pontos, à frente de Universidad Católica (Equador), Alianza FC (Colômbia) e Unión La Calera (Chile). Nos mata-matas, eliminou Boca Juniors (Argentina), nas oitavas de final; Libertad (Paraguai), nas quartas; e Lanús (Argentina), na semifinal.
Com o vice-campeonato diante do Racing, o Cruzeiro acumulou US$ 5,345 milhões em premiação na Sul-Americana (R$ 31 milhões na cotação atual). Veja o valor recebido por cada fase do torneio.
- Fase de grupos: US$ 1,245 milhão (R$ 7,22 milhões)
- Oitavas de final: US$ 600 mil (R$ 3,48 milhões)
- Quartas de final: US$ 700 mil (R$ 4,06 milhões)
- Semifinal: US$ 800 mil (R$ 4,64 milhões)
- Vice: US$ 2 milhões (R$ 11,6 milhões)
Foco no Campeonato Brasileiro
Sem o troféu da Sula, o Cruzeiro perdeu a chance de se classificar para a fase de grupos da Copa Libertadores. O desafio agora é manter a sétima colocação no Campeonato Brasileiro para ir à etapa preliminar do principal torneio continental.
A Raposa volta a campo pela Série A contra o Grêmio, na quarta-feira (27/11), às 21h, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela 35ª rodada.