CRUZEIRO

Crise no Cruzeiro? Titular espanta rumores, identifica erros e culpa jogadores por campanha

Zagueiro tocou em pontos de interesse da torcida após a derrota por 2 a 1 para o Palestino, nessa quinta-feira (24/4), pela terceira rodada do Grupo E da Copa Sul-Americana

Titular absoluto na zaga do Cruzeiro, Fabrício Bruno tem como característica falar sem restrições independentemente do momento em que vive o clube que defende. Ciente da campanha ruim na temporada, o defensor tocou em pontos de interesse da torcida após a derrota por 2 a 1 para o Palestino, nessa quinta-feira (24/4), pela terceira rodada do Grupo E da Copa Sul-Americana: há problemas internos? De quem é a culpa por tamanha apatia? Por que a Raposa não engrena?

Há problemas internos no Cruzeiro?

Fabrício Bruno admitiu que a campanha celeste é ruim. Desde o início do ano, quando o zagueiro retornou a Belo Horizonte, o Cruzeiro caiu precocemente na semifinal do Campeonato Mineiro, não conseguiu engrenar no Campeonato Brasileiro e perdeu todos os jogos que disputou na fase de grupos da Copa Sul-Americana. O problema, segundo o camisa 15, está restrito ao campo e não tem qualquer relação com crise interna.

“Nós somos um elenco que todo mundo se dá bem com todo mundo. Não tem vaidade. É um elenco extremamente competitivo entre si. Talvez seja uma coisa que todo mundo está tentando entender: por que a bola não entra? A gente teve cinco, seis chances claríssimas, cara a cara, e não converteu. Muitas vezes o futebol é isso. Não é quem chuta mais, quem acerta mais o alvo. É quem coloca a bola dentro do gol. Infelizmente, a gente esperou tomar um gol”

Fabrício Bruno, zagueiro do Cruzeiro

Os erros do Cruzeiro e os ‘culpados’

Fabrício Bruno não hesitou ao identificar os culpados pela má fase. Colocou-se no barco ao responsabilizar o elenco: “A responsabilidade é nossa, dos jogadores. Porque, se você for parar para pensar e analisar os jogos, todos os gols que tomamos na Sul-Americana, é de bola parada. E, acima de tudo, a bola parada é concentração. A gente tem trabalho tático, mas é muita concentração e atitude”.

Aqui, aproveitou o gancho para citar erros cruciais que têm impossibilitado qualquer reação celeste. Há, além da falta de concentração, outros fatores: bola parada, inconstância e a necessidade de correr atrás do resultado em vez de propor.

O desempenho ruim em bolas paradas já foi pauta do técnico Leonardo Jardim, que detalhou que o elenco tem “falta de impacto” e “jogadores com dificuldade”, muito também pela média de altura. “A gente está tomando muitos gols assim, são rotineiros esses erros, mas muitas vezes é questão de concentração”, acrescentou Fabrício Bruno.

O zagueiro disse que é inaceitável viver em uma “ciranda de altos e baixos”: “Contra o Bahia (vitória por 3 a 0 pelo Campeonato Brasileiro), a gente fez um jogo magnífico e, depois, já caiu. Tem que ter constância e um DNA de um time muito competitivo que vai conseguir entregar resultados”.

Na atual temporada, o Cruzeiro venceu duas partidas seguidas apenas uma vez, contra Itabirito (4 a 1) e Uberlândia (3 a 1), pela quarta e pela quinta rodada do Campeonato Mineiro, respectivamente. No Campeonato Brasileiro, o time não sabe o que é emendar triunfos desde julho de 2024.

A Raposa tem sido constantemente vazada (22 gols sofridos em 18 jogos). E, segundo Fabrício Bruno, muitas vezes espera sofrer um golpe para reagir e tentar buscar o placar.

“Exceto contra o Bahia, é uma coisa que está acontecendo muito: a gente está esperando tomar o primeiro gol para reagir. Muitas vezes, no futebol, reagir é muito mais difícil. Prevenir é melhor do que remediar. A gente está esperando tomar um gol para reagir, e isso custa caro. Com um elenco desse, pelo investimento que é feito, por tudo que é feito, acho que o que a gente está entregando até agora está muito aquém”, continuou.

Desculpas a Pedro Lourenço e promessa de trabalho

Por fim, o defensor voltou a pedir desculpas a Pedro Lourenço, sócio majoritário da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Cruzeiro, e à torcida. Também se declarou torcedor e prometeu trabalho para tirar o clube do marasmo que perdura.

“A gente tem um presidente, cara, que tem um enorme carinho e respeito por todos nós. Não só ele, mas o Pedro Júnio. São dois caras que confiam bastante em todos. Talvez seja uma coisa rotineira minha também pedir desculpa ao presidente. Ele se entrega pelo clube. Sentimento de tristeza para mim também, que sou um torcedor do clube e vim com o intuito de ganhar. Esse quatro meses estão aquém do que eu esperava. Mas vamos corrigir isso trabalhando. Não tem essa de ficar falando muito. É trabalhar, pedir desculpa ao torcedor que se entrega… Que a gente acorde enquanto é tempo porque esse clube é gigante e merece todo o respeito do mundo”, finalizou.

A temporada do Cruzeiro

No Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro acumula sete pontos e aparece na sétima colocação. São duas vitórias (sobre Mirassol e Bahia), um empate (com São Paulo) e duas derrotas (para Internacional e Bragantino). Pelo torneio nacional, os celestes voltam a campo neste domingo (27/4), às 18h30, quando recebem o Vasco no Parque do Sabiá, em Uberlândia, pela sexta rodada.

Na Sul-Americana, a situação da Raposa é bastante delicada. Sem ponto, segura a lanterna do Grupo E – três tropeços. A classificação para o mata-mata está cada vez mais distante. Para avançar às oitavas, precisa que os quatro times da chave terminem com nove pontos. Nessa circunstância, a definição da primeira posição ocorreria nos critérios de desempate, sendo o saldo de gols o principal deles.

  • O Mushuc Runa terá que perder os três duelos restantes;
  • O Palestino precisa vencer o Mushuc, mas perdendo para Unión e Cruzeiro;
  • O Unión venceria Palestino e Mushuc, porém seria derrotado pelo Cruzeiro;
  • O Cruzeiro será obrigado a vencer os três confrontos.

Se a ida direta às oitavas parece improvável, as chances de o Cruzeiro ficar com a segunda posição são maiores. Todavia, segue sendo crucial ganhar de Mushuc Runa, Palestino e Unión.

O time estreia na Copa do Brasil nesta quinta-feira (1º/4), às 21h30, contra o Vila Nova, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela ida da terceira fase.

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