Mais de 50 anos depois do primeiro confronto, Racing e Cruzeiro entrarão em campo no Estádio La Nueva Olla, em Assunção, no Paraguai, neste sábado (23/11), para a grande final da Copa Sul-Americana de 2024. Curiosamente, esse jogo decisivo remete ao primeiro encontro entre a equipes, disputado em 15 de abril de 1971, que também ocorreu longe do Brasil e da Argentina.
Naquele ano, Racing e Cruzeiro se enfrentaram na Cidade do Panamá. Na ocasião, os clubes participaram da Taça 11 de Outubro, um torneio amistoso triangular que contou também com o Peñarol, do Uruguai. O time celeste, comandado pelo treinador Ílton Chaves, contava com uma legião de craques como Tostão, Dirceu Lopes, Evaldo, Roberto Batata, Perfumo e Raul.
Clássico além das fronteiras
O duelo entre Racing e Cruzeiro de 1971, válido pela segunda rodada da competição, foi disputado no Estádio Revolución, em um ambiente neutro, assim como será a final deste ano no Paraguai.
O Cruzeiro venceu o Racing por 2 a 1, em uma exibição que destacou os talentos individuais do clube celeste. Eduardo Lima abriu o placar logo aos dois minutos do primeiro tempo. O atacante Lamelza empatou aos 17 minutos da etapa final. Contudo, a estrela do saudoso Roberto Batata – estreante no time naquela temporada – brilhou aos 44 minutos com o gol da vitória.
O jogo em 1971 marcou o início de uma rivalidade internacional entre os dois clubes, que viriam a se enfrentar em momentos importantes do futebol sul-americano nas décadas seguintes.
Contexto histórico Cruzeiro x Racing
O torneio amistoso não era apenas um simples compromisso de pré-temporada. Ele proporcionava aos clubes uma oportunidade de medir forças contra adversários de outros países, ampliando seu alcance no cenário continental. O Racing havia vencido o Peñarol por 3 a 1 na rodada anterior e chegou embalado ao duelo, mas encontrou no Cruzeiro um oponente à altura.
A vitória celeste não foi apenas importante para o contexto da Taça 11 de Outubro, mas também ajudou a consolidar a reputação do clube como uma potência emergente no futebol sul-americano na década de 1970. Pouco depois, o Cruzeiro se firmaria entre os gigantes do continente, conquistando títulos de peso como a Libertadores de 1976.
Agora, Cruzeiro e Racing novamente medem forças em um campo neutro, buscando escrever outro capítulo marcante dessa rivalidade. Os finalistas da Copa Sul-Americana de 2024 já mediram forças em 14 ocasiões. O time celeste tem oito vitórias, enquanto a equipe argentina ganhou quatro. Houve ainda dois empates.
Os três primeiros duelos foram disputados em 1971, e o clube cinco estrelas saiu vencedor em todos.
Em 1988, os times mediram forças em uma decisão continental. Melhor para o Racing, que celebrou o título da Supercopa.
Quatro anos depois, o Cruzeiro deu o troco. Roberto Gaúcho (2), Luís Fernando Flores e Marco Antônio Boiadeiro anotaram os tentos da goleada por 4 a 0 sobre o Racing, na final da Supercopa, diante de 78 mil pessoas no Mineirão.
Na fase de grupos da Copa Mercosul de 1999, duas vitórias tranquilas da Raposa: 2 a 0 e 4 a 0. Já na Libertadores de 2018, um resultado positivo para cada lado: 4 a 2 para o Racing, em Avellaneda, e 2 a 1 para o Cruzeiro, em Belo Horizonte.