
Já pensou na hipótese de seu time ganhar a Copa Libertadores e a Sul-Americana no mesmo ano? Hoje isso não seria possível, visto que as duas competições são realizadas de forma simultânea, e os participantes são definidos conforme suas posições nas ligas nacionais. Contudo, o cenário era plausível até 2016, quando a Conmebol organizava os torneios em momentos distintos.
Nenhum time venceu Libertadores e Sul-Americana no mesmo ano. Todavia, dois estiveram bem próximos dessa façanha. Primeiro, o Boca Juniors, da Argentina. Depois, o Atlético Nacional, da Colômbia. O No Ataque explica os contextos a seguir.
Boca Juniors – 2004
O Boca Juniors se garantiu na Copa Libertadores de 2004 por ter sido campeão em 2003. Na fase de grupos, somou 12 pontos (quatro vitórias e duas derrotas), ficando à frente de Deportivo Cali, Bolívar e Colo-Colo. Nos mata-matas, superou Sporting Cristal, São Caetano e o arquirrival River Plate.
Na decisão, o Boca encarou o Once Caldas, da Colômbia. Após dois empates – 0 a 0, em La Bombonera, Buenos Aires, e 1 a 1, no Estádio Palogrande, em Manizales -, o duelo foi para os pênaltis. Em disputa marcada por muitos erros, os colombianos levaram a melhor por 2 a 0.

Convidado para jogar a Copa Sul-Americana no mesmo ano, o Boca eliminou San Lorenzo (oitavas), Cerro Porteño (quartas de final), Internacional (semifinal) e Bolívar (final) na trajetória até o troféu.
A agenda distinta das competições permitiu a dupla participação do Boca em 2004. A Libertadores ocorreu entre os dias 3 de fevereiro e 1º de julho. Já a Sul-Americana começou em 10 de agosto e terminou em 17 de dezembro.
Atlético Nacional – 2016
O Atlético Nacional se qualificou para a Libertadores de 2016 por ter sido campeão do Torneio Finalización da Colômbia em 2015. O clube de Medellín liderou o Grupo 4, com 15 pontos (cinco vitórias e um empate), acima de Huracán (8), Peñarol (5) e Sporting Cristal (4).
Nas fases eliminatórias, o Atlético passou pelos argentinos Huracán e Rosario Central e pelo São Paulo. Na final, enfrentou o Independiente del Valle, do Equador, e ganhou o título ao empatar fora de casa, por 1 a 1, e vencer na Colômbia, por 1 a 0.

Na Copa Sul-Americana, o Nacional garantiu uma das vagas em razão do título da Superliga Colombiana de 2016. O time deixou pelo caminho Deportivo Municipal (Peru), Bolívar, Sol de América (Paraguai), Coritiba e Cerro Porteño.
A final não aconteceu por causa da queda do avião da Chapecoense, em novembro de 2016. Ao todo, 71 pessoas morreram na tragédia – atletas do time catarinense, integrantes da comissão técnica, dirigentes, jornalistas, convidados e tripulantes.
Sensibilizado pelo luto dos brasileiros, o próprio Atlético Nacional abriu mão de brigar pelo troféu e pediu para que a Chapecoense fosse declarada campeã. A Conmebol oficializou o título aos brasileiros em 5 de dezembro de 2016.
A bola rolou na Libertadores entre os dias 2 de fevereiro e 27 de julho, enquanto a Copa Sul-Americana teve jogos de 9 de agosto a 24 de novembro.
O fim da possibilidade
Ainda em 2016, a Conmebol anunciou que nenhum time poderia mais obter dupla classificação para Libertadores e Sul-Americana. A medida afetou principalmente clues de Equador, Paraguai e Uruguai.
A única chance de uma equipe participar dos dois torneios no mesmo ano é perder na terceira fase preliminar ou terminar na terceira posição de um dos grupos da Libertadores. Nessa circunstância, o clube em questão vai para a Copa Sul-Americana.