COPA LIBERTADORES

Atlético passa sufoco, mas bate Peñarol em noite com ‘cara’ de Libertadores na Arena MRV

Atlético teve performances praticamente opostas em cada metade do duelo contra o Peñarol e "sofreu" para vencer na Libertadores
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Com desempenhos consideravelmente distintos nas duas etapas da partida na noite desta terça-feira (23/4), o Galo passou sufoco, mas venceu o Peñarol por 3 a 2, pela terceira rodada do Grupo G da Copa Libertadores. Na Arena MRV, em Belo Horizonte, Gustavo Scarpa (duas vezes) e Paulinho marcaram para a equipe mineira, enquanto Maximiliano Olivera e Maximiliano Silvera descontaram para os visitantes.

O primeiro tempo foi de absoluto domínio alvinegro, com fluidez nas trocas de passes, repertório ofensivo e solidez sem a bola. Contudo, ainda que tenha ampliado o placar no início do segundo tempo, o Atlético de Milito caiu em performance, sofreu dois gols em lances de desatenção defensiva e se viu pressionado pelo Peñarol na reta final do confronto.

Com o “suado” resultado, o Atlético chegou aos nove pontos e se manteve na liderança do Grupo G – o segundo colocado é o Rosario Central-ARG, com quatro pontos. O próximo embate alvinegro na Libertadores será em 7 de maio, contra o Rosario Central, na Argentina.

Agora, o Galo volta atenções à Série A do Campeonato Brasileiro. Pela quarta rodada da principal competição nacional, o time mineiro enfrentará o Cuiabá a partir das 18h30 do sábado (27/4), na Arena Pantanal, em Cuiabá.

O Peñarol, por sua vez, volta a campo na segunda-feira (29/4), às 20h (de Brasília), pela 10ª rodada do Campeonato Uruguaio. No Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, a equipe de Aguirre receberá o River Plate-URU.

Atlético x Peñarol: o jogo

Historicamente, os confrontos entre brasileiros e uruguaios tendem a ser “pegados”. Assim teve início o duelo entre Atlético e Peñarol na Arena MRV: com as equipes protagonizando diversos duelos físicos no meio-campo e repleto de entradas duras de ambos os lados – especialmente dos uruguaios.

Ao melhor estilo Gabriel Milito, o Galo buscava estabelecer controle da posse de bola e domínio territorial desde os primeiros minutos. O esquema era idêntico ao do clássico contra o Cruzeiro: saída de bola em 3+2 (Saravia, Battaglia e Jemerson na primeira linha, com Otávio e Alan Franco na segunda); Zaracho mais avançado por dentro; Arana aberto pela esquerda, Gustavo Scarpa pela direita e Paulinho e Hulk no comando de ataque, com liberdade para flutuar.

O time mineiro buscava trocar passes para desestabilizar a defesa adversária, que se postava em um compacto 4-4-2. Em uma dessas tramas pela esquerda, aos 15 minutos, Paulinho foi acionado em profundidade. Ele pausou o lance e tocou por dentro. A bola encontrou Gustavo Scarpa, livre na direita. O meio-campista mostrou categoria para finalizar “chapado”, de esquerda, e abrir o placar: 1 a 0 para o Atlético.

Jogadores do Atlético comemoram gol de Gustavo Scarpa diante do Peñarol - (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Jogadores do Atlético comemoram gol de Gustavo Scarpa diante do Peñarol(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Dominante, o Galo tentava explorar diferentes maneiras de chegar ao último terço. No lado esquerdo, as trocas entre Guilherme Arana, Alan Franco, Zaracho e Paulinho eram constantes. Os passes por elevação, buscando encontrar Hulk e Paulinho à frente, também eram alternativa ofensiva.

Aos 25 minutos, o Peñarol se viu pressionado, cometeu erro na saída de bola e entregou a posse nos pés de Paulinho. Na cara do gol, o camisa 10 teve calma para deslocar o goleiro De Amores e ampliar o placar: 2 a 0.

A sintonia do time de Gabriel Milito com as arquibancadas da Arena MRV se fazia notável. A cada roubada de bola de um atleta alvinegro ou troca de passes bem sucedida, aplausos de reconhecimento da torcida.

Torcedores do Atlético
Torcedores do Atlético “jogaram junto” com o time na vitória sobre o Peñarol(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Nos instantes finais da primeira etapa, o Atlético chegou a ter 71% de posse de bola na partida, contra 29% do Peñarol. 45 minutos de puro controle na Arena MRV.

Segundo tempo

A etapa complementar teve início com a mesma tônica do primeiro tempo. Chamava atenção também a postura defensiva do Galo: intensidade para retomar a posse logo após as perdas e agressividade nos duelos individuais. Os trabalhos de cobertura também se mostravam eficientes.

O domínio seguia absoluto. Aos 7 minutos, Zaracho acertou o travessão com chute de fora da área. Pouco depois, aos 11 minutos, Hulk conduziu com liberdade por dentro e encontrou Gustavo Scarpa livre na direita. Novamente com finalização colocada, de esquerda, o meio-campista chutou cruzado para balançar as redes: 3 a 0.

Aos 14 minutos, o Galo foi surpreendido. Léo Fernández cruzou de bicicleta para a área, e Maximiliano Olivera aproveitou vacilo defensivo alvinegro para descontar o placar: 3 a 1.

Jogadores do Peñarol comemoram gol contra o Atlético - (foto: Douglas Magno/AFP)
Jogadores do Peñarol comemoram gol contra o Atlético(foto: Douglas Magno/AFP)

Instantes após o gol dos uruguaios, Milito promoveu as entradas de Mariano e Igor Gomes nas vagas de Saravia e Zaracho, respectivamente. Aos 22 minutos, contudo, um novo baque: o Peñarol trocou passes com liberdade pelo lado direito da defesa do Atlético e encontrou Maximiliano Silvera na grande área. O atacante diminuiu ainda mais a diferença no placar: 3 a 2.

O time de Diego Aguirre rotou para a quarta marcha e “acelerou” na Arena MRV. Distante da performance do primeiro tempo, o Galo ficou encurralado no campo de defesa e viu a trave de Everson ser acertada em cobrança de falta de média distância.

O clima de festa nas arquibancadas se transformou em plena apreensão. Dentro e fora de campo, os ânimos se esquentaram, com confusões entre os jogadores e na própria torcida do Peñarol.

Já nos minutos finais, o zagueiro Igor Rabello foi acionado na vaga do meio-campista Gustavo Scarpa. A intençao era clara: reforçar a proteção da área alvinegra, que se via mais ameaçada pela entrada do centroavante Matheus Babi no time uruguaio.

Nos acréscimos, Cadu ganhou oportunidade no lugar de Paulinho. O Atlético concentrava todas as energias em conservar o resultado diante de um Peñarol que se lançava desesperadamente ao ataque.

No fim das contas, três pontos “suados”, mas muito valiosos para o Galo na Copa Libertadores. Os comandados de Gabriel Milito se veem com classificação encaminhada às oitavas de final!

ATLÉTICO 3 x 2 PEÑAROL-URU

Atlético

Everson; Saravia (Mariano, aos 16′ do 2°T), Rodrigo Battaglia, Jemerson e Guilherme Arana; Otávio, Alan Franco, Zaracho (Igor Gomes, aos 16′ do 2°T) e Gustavo Scarpa (Igor Rabello, aos 41′ do 2°T); Paulinho (Cadu, aos 47′ do 2°T) e Hulk

Técnico: Gabriel Milito

Peñarol

Guillermo De Amores; Pedro Milans (Castillo, aos 10′ do 2°T), Guzmán Rodríguez, Javier Méndez e Maximiliano Olivera; Damián García (Matheus Babi, aos 39′ do 2°T), Eduardo Darias (Coelho, aos 41′ do 2°T), Leonardo Fernández, Lucas Hernández (Diego Sosa, aos 10′ do 2°T) e Leonardo Sequeira (Ramírez, aos 10′ do 2°T); Maximiliano Silvera

Técnico: Diego Aguirre

  • Motivo: terceira rodada do Grupo G da Copa Libertadores
  • Data: 23/4/2024
  • Estádio: Arena MRV, em Belo Horizonte
  • Árbitro: Andrés Rojas (Colômbia)
  • Assistentes: Alexander Guzmán (Colômbia) e Jhon Gallego (Colômbia)
  • VAR: Carlos Orbe (Equador)
  • Gols: Gustavo Scarpa (Atlético, aos 10′ do 1°T e aos 11′ do 2°T), Paulinho (Atlético, aos 25′ do 1°T); Maximiliano Olivera (Peñarol, aos 14′ do 2°T), Maximiliano Silvera (Peñarol, aos 22′ do 2°T)
  • Cartões amarelos: Saravia, Otávio, Jemerson, Alan Franco (Atlético); Olivera (Peñarol)
  • Público: 34.279
  • Renda: R$ 2.104.458,81

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