O Atlético terá uma figura ainda desconhecida de boa parte dos torcedores à beira do gramado na estreia pela Copa Libertadores, diante do Caracas, na Venezuela. Trata-se do argentino Leandro Ávila, de 45 anos – auxiliar do técnico Gabriel Milito, ausência da partida por suspensão.
Ávila enfrentou dificuldades com lesões na relativamente curta carreira como atleta. Tido como um jogador de boa técnica, o ex-volante surgiu em 1998, no Independiente (Argentina) – temporada em que o ex-zagueiro Milito também aparecia como uma das promessas do futebol nacional.
A grande safra do Independiente contava ainda com Diego Forlán, atacante uruguaio que viria a construir carreira renomada na Europa e seria eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010. Embora tivesse representado seleções de base da Argentina, Ávila não alcançou o mesmo sucesso dos companheiros.
Depois do Independiente, o ex-volante jogou por Chacarita Juniors, Comisión de Actividades Infantiles, Club Olimpo, San Martín de Tucumán, Atlético Rafaela e encerrou a carreira no Unión de Sunchales, em 2010.
“Confidente” de Gabriel Milito
Mesmo à distância em boa parte da carreira no futebol, Leandro Ávila e Gabriel Milito sempre mantiveram contato. Os dois trabalham juntos desde que o ex-zagueiro iniciou a carreira como treinador, em 2015, no Estudiantes (Argentina).
A reportagem de No Ataque conversou com algumas pessoas que acompanharam a trajetória de Ávila para entender melhor o perfil do “braço direito” do novo comandante do Atlético.
As fontes consultadas foram uníssonas: trata-se de um profissional de perfil bastante discreto e “muito querido” por todos os lugares onde passou. Ávila sempre alimentou interesse pela parte tática do futebol e é o principal interlocutor de Milito no assunto.
Os planos de jogo das equipes comandadas pelo treinador costumam passar também pelas observações do auxiliar. Ele e o analista de desempenho Juan Manuel Cortes têm papel fundamental nas estratégias adotadas dentro das quatro linhas.
“É uma pessoa muito tranquila e confidente de Milito. Muito boa pessoa, muito querido por todos os companheiros. Estudioso, tem um perfil discreto. Não costuma ter contato com jornalistas.”
Vicente Muglia, biógrafo de Gabriel Milito, sobre Leandro Ávila
Agitação à beira do campo
Se Ávila adota a discrição fora do campo, o que se vê quando a bola rola é praticamente o oposto. É o que garantiu Mariano Puppo, jornalista argentino, em contato com a reportagem.
“Uma pessoa muito trabalhadora. Está sempre com Milito em todos os lados. Protesta muito [em campo]! Durante os jogos, reclama muito com os árbitros. Como vai ser o técnico nessa partida, não sei se vai protestar tanto”, projetou o repórter.
Por que Milito será desfalque para o Atlético na Libertadores?
Em 2023, Milito assegurou a segunda colocação do Grupo E da Libertadores com o Argentinos Juniors, em chave que contava com Independiente del Valle (Equador), Corinthians e Liverpool (Uruguai). O “Bicho Colorado”, no entanto, caiu nas oitavas de final diante do Fluminense de Fernando de Diniz, que viria a se sagrar campeão.
No jogo de volta das oitavas, Milito foi expulso no Maracanã, no Rio de Janeiro. O treinador argentino foi advertido com cartão vermelho após confusão envolvendo jogadores e comissões técnicas de ambos os times nos bancos de reservas. A suspensão é válida por uma partida e terá de ser cumprida pelo Atlético.
Caracas x Atlético na Libertadores
O Atlético inicia mais uma participação na Copa Libertadores, o principal torneio do continente, às 19h (de Brasília) dessa quinta-feira (4/4). Com Leandro Ávila à beira do campo, o duelo contra o Caracas será disputado no Estádio Olímpico UCV, na capital da Venezuela.
O Grupo G da competição também é composto por Peñarol (Uruguai) e Rosario Central (Argentina). Na semana que vem, o Galo receberá os argentinos na Arena MRV, em Belo Horizonte – já com Milito de volta ao posto.
