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San Lorenzo repudia ‘agressões da polícia’ na Arena MRV e não menciona racismo de torcedor do Atlético

San Lorenzo se posicionou contra PMMG e 'série de acontecimentos' sofridos pelos adeptos, mas ignorou racismo de torcedor do Atlético
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O San Lorenzo, da Argentina, repudiou a atuação da Polícia Militar de Minas Gerais frente aos torcedores do time que estavam presentes no setor visitante da Arena MRV (Inter Norte) nessa terça-feira (20/8), na derrota por 1 a 0 para o Atlético, pela volta das oitavas de final da Copa Libertadores.

Em nota, além de denunciar agressões da PM aos adeptos argentinos, o clube repudiou “uma série de acontecimentos que atentam contra a desportividade e a boa relação entre os clubes”, como o atraso na entrada dos torcedores no estádio, ‘mensagens agressivas’ vistas no caminho até a Arena e ‘provocações do público local’, mas não mencionou explicitamente gesto racista feito por atleticano em direção à torcida visitante depois do apito final.

O que o San Lorenzo falou

“O San Lorenzo repudia veementemente todos os eventos ocorridos em Belo Horizonte, desde a agressão injustificada e selvagem da polícia brasileira contra nossos torcedores até uma série de eventos que ameaçam o espírito esportivo e o bom relacionamento entre os clubes, que são essenciais para alcançar um futebol pacífico entre todos nós.

As situações negativas que ocorreram foram muitas. A torcida azul e branca cumpriu todas as recomendações de segurança para chegar ao estádio. No entanto, tiveram de suportar uma demora significativa para entrar no estádio, além de mensagens agressivas no caminho e objetos com figuras violentas. O mesmo aconteceu com a delegação oficial, que ficou retida por um longo tempo devido à má recepção do clube da casa.

Durante o jogo, houve agressão e provocação da torcida da casa, que exibiu bandeiras e atirou objetos em nossos torcedores. Isso culminou em um ataque feroz da polícia contra a torcida do San Lorenzo, com balas de borracha e gás lacrimogêneo, uma repressão que resultou em mais de uma dúzia de feridos.

Quando o ataque policial começou, apesar do pedido dos nossos jogadores, o árbitro (de atuação questionável) só parou o jogo quando um jogador do Atlético Mineiro caiu no chão.

Mais tarde, quando nosso time buscava o gol de empate, os moradores locais abriram a saída para interromper o jogo.

A desconcentração de nossa torcida também foi interrompida por mais de duas horas.”

Entenda confusão entre torcedores e polícia

A situação teve início por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando torcedores do clube argentino tentaram invadir o setor de atleticanos por meio de corredores internos, de acordo com a assessoria de imprensa da Arena MRV.

A PMMG precisou intervir, e a contenção se estendeu às arquibancadas. Fez-se necessário o uso de spray de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral, que acabaram por ocasionar correria generalizada no setor Inter Norte.

Ainda de acordo com o Atlético, um torcedor do San Lorenzo agrediu um policial com um soco. Ele tentou fugir indo em direção a um dos ônibus contratados por fãs do “Ciclón”, mas foi monitorado por câmeras do Galo (incluindo um drone) e acabou detido.

Dentro de campo, devido aos efeitos dos sprays de pimenta, a partida entre Atlético e San Lorenzo, pelas oitavas da Libertadores, chegou a ser paralisada por cerca de cinco minutos. Atletas e membros das comissões técnicas de ambas as equipes passaram mal nas quatro linhas.

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