COPA LIBERTADORES

River Plate x Atlético: jornais argentinos destacam ‘banderazo’ e trunfo de Gallardo

Torcida do River fará festa especial na véspera de decisão com Atlético, e Gallardo tem 'trunfo' para virada; veja destaques dos jornais argentinos
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A cada hora que passa, a ansiedade de torcedores alvinegros e “millionarios” para a partida decisiva das semifinais da Copa Libertadores aumenta. Na imprensa argentina, o assunto principal não poderia ser outro: o grande confronto entre River Plate e Atlético, nesta terça-feira (29/10), no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, ocupa a capa de todas as seções de esporte dos principais jornais, que debatem o que o time alvirrubro pode fazer para conquistar a improvável virada sobre o Galo, que venceu a ida, na Arena MRV, por 3 a 0.

O principal destaque da maioria das publicações – especialmente no Diario Popular, no Clarín e no Olé, mas também comentado no Cronica – é o “banderazo” marcado pela torcida para esta segunda (28/10), véspera do jogo decisivo, às 19h, no Monúmental de Núñez. Mas, afinal, o que é um “banderazo”?

Trata-se de uma festa especial organizada pelas torcidas argentinas, normalmente na véspera de jogos decisivos, para apoiar a equipe mandar boas energias. Sinalizadores, bandeiras com símbolos do time e frases motivacionais, fogos de artifício, papéis picados e cânticos diversos fazem parte do evento.

Os jogadores, inclusive, verão de perto o banderazo, já que estarão concentrados no complexo do Monumental desde as 11h. Lá, eles almoçarão, farão a “siesta” (soneca tradicional após o almoço), treinarão a partir das 18h e, após o fim das atividades, irão até a sacada do estádio para ver a festa dos torcedores e receber as boas energias.

Trunfo especial de Gallardo

Entre os quatro jornais citados, o Cronica foi o que menos destacou o banderazo. O periódico argentino decidiu abordar, na capa da seção esportiva, o possível trunfo do técnico Marcelo Gallardo para tentar conquistar a virada sobre o Atlético: o atacante argentino Pablo Solari.

Reserva na partida de ida, ele deve ser o escolhido da Gallardo para “substituir” um dos defensores que atuou na Arena MRV – o treinador, provavelmente, vai tirar um dos componentes da linha de cinco, que não conseguiu conter o alvinegro, para adicionar um atacante, já que precisará de ofensividade.

Solari, portanto, deve atuar ao lado do colombiano Miguel Borja e do argentino Facundo Colidio em um trio de ataque, com três meio-campistas municiando-os e uma tradicional linha de quatro defensores.

A equipe que vai a jogo, no entanto, ainda é incerta – todos os jornais afirmam que a escalação só deverá ser definida pouco antes do apito inicial, principalmente devido à dúvida em relação às condições de jogo do lateral-esquerdo campeão mundial Marcos Acuña, que sentiu tendinite na coxa esquerda durante o aquecimento para a partida de ida e teve que ser cortado de última hora. Veja, abaixo, de forma detalhada, o que foi abordado por cada publicação analisada.

O Diario, já no título, destaque a preparação do “grande banderazo” para que o River “mentalize a revanche com o apoio da torcida”.

Situação de Acuña

O jornal reservou os parágrafos iniciais para explicar a situação de Acuña, lateral-esquerdo titular absoluto. Semanas antes da partida de ida, ele havia sofrido contratura na região posterior da coxa esquerda. Dias antes do jogo na Arena MRV, o defensor ainda era dúvida, mas conseguiu se recuperar a tempo de ser relacionado. No entanto, ele voltou a sentir desconforto na região minutos antes do jogo, e teve que ser cortado do time titular.

Desde então, iniciou-se nova “corrida contra o tempo” para que ele esteja presente a partida de volta. O Diario deixou claro que o River “vai esperar até o último momento” para decidir se ele vai ou não enfrentar o Atético – vale lembrar que o jogador foi relacionado -, mas ressaltou que Acuña quer jogar “quer jogar independende da condição que estiver”.

No entanto, como Gallardo não quer ter que gasta uma substituição logo cedo, pode optar por não escalar o lateral caso ele não tenha condições. Se esse for o caso, o titular será Enzo Díaz, que substituou Marcos na ida.

Mudanças no meio-campo do River

O Diario também abordou a possibilidade de mudança no meio-campo: segundo o periódico, Kranevitter deve entrar no lugar do uruguaio Nicolás Fonseca, titular na ida, e Gallardo deve abducar da linha de cinco defensores para ter mais ofensividade.

‘Banderazo’

“O corpo técnico e todo o ‘mundo River’ parece “convocar” as energias positivas, tão necessárias como a atuação da equipe para conseguir amanhã uma vitória épica. Por isso, pode ajudar o ‘banderazo’ que os torcedores do Millionario estão preparando para esta tarde nas portas do Monumental, onde o time ficará concentrado sessão de treinamento ao mesmo tempo em que, (do lado de fora), a festa será feit”

O Diario, nesta segunda-feira (28/10)

Clarín

‘Banderazo’ e concentração especal

O Clarín também destaca o ‘banderazo’: “Os torcedores estão convocados para se reunir às 23 19 horas no na área externa do Monumental de Núñez, uma hora depois do início do treino. Os jogadores se alojarão no estádio desde as 11 da manhã, almoçarão, farão a ‘siesta’ (espécia de soneca após o almoço), e logo depois do treino, vão olhar da sacada do estádio o ‘banderazo’ para recebir a ‘benção riverplatense'”

A publicação relembrou que, após o empate por 2 a 2 entre Boca Juniors e River Plate na ida da final da Copa Libertadores de 2018, Gallardo protagonizou momento icônico durante ‘banderazo’, ao descer para conversar com os torcedores.

Segundo o jornal, os torcedores que comparecerão ao banderazo “vão desde os sócios do clube até aquele que não conseguiram ingressos para o jogo”.

“(Os torcedores) entrarão pela porta principal da avenida Figueroa Alcoerta e alí esperarão para ver os jogadores e terminarem de levantá-los o ânimo após o golpe duro recebido no Brasil”, escreveu a reportagem.

Lesão de Acuña e 3 possíveis mudanças no time

O Clarín afirmou ser delicada a situação de Acuña: seguno o jornal, ele foi submetido a ressonância que mostrou, que o atleta está “bem lesionado”. Entretanto, o campeçao mundial quer jogar “sim ou sim”quer jogar “sim ou sim”.

A publicação também afirmou que Gallardo vai definir a escalação inicial “ão só de acordo com o físico e o técnico, mas também de acordo com o anímico”. Assim, para a reportagem, jovens como os meias Mastantuono, de 17 anos, e Echeverrí, de 18, têm menos chances de jogar, enquanto o também meia Manuel Lanzini, o volante Kranevitter e o atacante Solari podem ter chances.

Olé

O Olé desta segunda teve dois textos diferentes dedicados à artida. A crônica de Ariel Cristófalo faz avaliação crítica do momento do River Plate de Gallardo, mas mantém a esperança em uma possível virada embalada pelo apoio da torcida.

Ariel disse que o River atual está muito distante do auge da equipe de Gallardo no clube (entre 2015 e 2018, quando ganharam duas Libertadores), e que isso ficou claro no imponente 3 a 0 do Atlético na ida. O cronista destacou que o River não convence há tempos da forma que precisará convencer na volta para passar para a grande final.

Cristófalo trouxe dado interessante: a equipe Millionaria marcou apenas três gols nos últimos oito jogos – e, nesta terça, terá que fazer no mínimo três gols em 90 minutos, para levar a decisão para os pênaltis – algo que, para ele, é improvável tanto pelo “histórico” quanto pela fase do time. Nos últimos 64 jogos, o gigante argentino só conseguiu fazer quatro gols ou mais em uma partida: o 5 a 0 diante do Vélez Sarsfield, em fevereiro.

Ariel também destacou o “banderazo” e a importancia do apoio da torcida para que o River sonhe em derrotar o Atlético: “Desta vez, a torcida é que terá que fazer o River Acreditar: hoje pela tarde, banderazo para contagiar os jogadores, que amanhã terão que arrebentar”.

Outro texto do Olé, mais focado na análise tática, aborda a possibilidade de Gallardo apostar em um “doble 5”, ou seja, em uma dupla de volantes mais móveis e ofensivos, que poderia ser formada por Manuel Lanzini e Santiago Simón, com Meza, Mastantuono ou o ex-Galo Nacho Fernández atuando mais à frente, como “camisa 10”. No ataque, a reportagem também indicou para formação de trio com Colidio, Borja e Solari.

Cronica

O Cronica foi o jornal analisado que reservou menor espaço para o “banderazo” – apenas um breve parágrafo.

A publicação escolheu destacar a possibilidade de Solari ser o trunfo de Gallardo, além de abordar a incerta presença de Acuña. Além disso, a reportagem procurou ser otimista: “O River já teve outras façanhas futebolísticas sob o comando de Gallardo, por isso, não se pode jogar a toalha com antecedência”.

O Cronica também destacou fala de Gabriel Milito, comandante do Atlético: “Sei que o River não vai se entregar, mas também tenho certeza da fortaleza que é nossa equipe. A mentalidade dos nossos jogadores é de ir ao estádio do River e fazer uma grande partida, com muita seriedade e muito espírito competitivo”.

Ao final, há breve parágrafo dando as informações necessárias para o torcedor que queira comparecer ao “banderazo”.

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