Repórter fotográfico do jornal Estado de Minas, Alexandre Guzanshe iniciou nessa terça-feira (26/11) uma jornada de quase 60 horas rumo a Buenos Aires, capital da Argentina. Ele acompanha uma excursão de torcedores, que viaja para assistir à final Copa Libertadores entre Atlético e Botafogo no sábado (30/11), no Estádio Monumental de Núñez. Leia a seguir o relato do primeiro dia da saga.
Diário de Viagem
Dia 01
“Foram muitos dias de planejamento, preparação da logística e encorajamento para enfrentar essa viagem a bordo de uma excursão levando torcedores para a grande final da Copa Libertadores da América. Decisão inédita, com um jogo apenas, entre dois times brasileiros na capital da Argentina.
A jornada teve início nessa terça-feira (26/11), às 23h55, no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. O destino? Buenos Aires, no comecinho da tarde de sexta-feira (29/11), coincidentemente o dia do meu aniversário.
Serão mais de 60 horas de viagem, ida e volta, e mais de 6 mil quilômetros en um ônibus leito, cheio de torcedores animados na ida – e, imagino, alguns tristes na volta.
Logo no início, achei estranho o fato de que apenas dois torcedores atleticanos embarcaram comigo. Viajamos essa primeira noite somente nós três, eu a trabalho e os dois amigos alvinegros nas últimas poltronas. A saga começou um pouco estranha, já que a torcida do Galo é conhecida pela força, animação e a famosa paixão.
Mas o fato é que saímos de Belo Horizonte pontualmente e com um silencio enorme, principalmente porque, minutos antes, o time tinha perdido pelo Campeonato Brasileiro e o Botafogo, adversário da final, havia vencido – e bem – o Palmeiras, dando um grande passo para à conquista nacional.
Partimos rumo ao Rio de Janeiro sabendo que o ônibus se lotaria de botafoguenses animados pela vitória e pelo belo futebol apresentado este ano. Já na saída, a nossa guia deu o recado: não tolerará provocações entre os torcedores durante todo o percurso.
E o dia raiou lindo, com calor, céu azul e aquele trânsito caótico do Rio. Depois de um erro do motorista e com um hora de atraso, chegamos à Tijuca, local marcado para o embarque dos botafoguenses.
Alguns estavam vestidos com a camisa do Glorioso e alegres com a vitória da noite anterior. Ônibus quase cheio. Eu, que não sou Galo, nem Cruzeiro e muito menos Botafogo, fiquei de olho nos dois atleticanos tímidos, mas orgulhosos, usando a camisa do clube.
Todos em seus lugares e preparados para realmente começar a viagem rumo ao Sul do país, em Curitiba, para buscar os últimos quatro passageiros.
Será que são atleticanos vivendo fora das montanhas ou botafoguenses enfrentando o frio da capital mais gelada do país? Veremos à noite, mas antes disso teremos paradas para comer, encher o tanque do ônibus e um jantar mais demorado.
Até amanhã…”