Antes da festa de Artur Jorge com os jogadores do Botafogo, o clima na sala de entrevistas coletivas do Monumental de Núñez foi de melancolia. Lado a lado, o técnico Gabriel Milito e o zagueiro Junior Alonso tentavam juntar os cacos do Atlético após o vice-campeonato da Copa Libertadores neste sábado (30/11).
O defensor paraguaio, um dos líderes do elenco atleticano, falou repetidamente sobre se reerguer após o revés por 3 a 1 na Argentina. O Galo tem dois jogos até o fim da temporada – ambos pelo Campeonato Brasileiro – e ainda sonha com uma vaga na próxima Copa Libertadores. As chances, contudo, são remotas.
É a luta que resta ao time mineiro após as derrotas nas duas finais de Copas. Antes do vice na Libertadores, o Galo também foi batido na decisão da Copa do Brasil para o Flamengo, no início de novembro.
“Estamos tristes por isso. É uma sensação que nos dói, por tudo o que fizemos no ano. Não pudemos coroar com dois títulos. Somos, como disse o treinador, profissionais. Estamos expostos a isso. Choraremos em silêncio, seguramente, no dia de hoje. Mas amanhã, vamos nos levantar e vamos tentar”, declarou Alonso.
“Estamos em um clube grande. A torcida crê em nós. Sabemos que vai nos apoiar como no dia de hoje, e temos a obrigação de nos levantar. Temos dois jogos com a obrigação de ganhar. A pensar depois no que virá, mas não podemos ficar nos lamentando sobre tudo o que passou. A partir de amanhã será diferente e já pensaremos em tudo o que vem”, seguiu.
O Atlético está em décimo lugar no Campeonato Brasileiro, com 44 pontos em 36 jogos. Com o título do Botafogo, a Série A terá um G8 – ou seja, os oito primeiros colocados se classificarão para a próxima Libertadores.
A situação, contudo, está difícil para o Galo. Afinal, a distância para o oitavo colocado Bahia é de quatro pontos – o Cruzeiro soma 48 em 35 rodadas com os resultados de momento até a atualização mais recente desta matéria.
O Atlético pode chegar a 50 pontos. Para isso, precisa vencer os jogos que restam. Na 37ª rodada, o Galo visita o Vasco, na próxima quarta-feira (4/12), em São Januário, no Rio de Janeiro, a partir das 19h.
Depois, encerra a participação no Brasileirão contra o Athletico-PR. As equipes se enfrentam em 8 de dezembro (domingo), a partir das 16h, na Arena MRV, em Belo Horizonte.
‘Fórmula’ para Atlético se reerguer
Ao longo das respostas, Alonso também deu uma espécie de fórmula para o Atlético se reerguer após o vice-campeonato. Ele, ainda, agradeceu a torcida alvinegra que deixou o Brasil e foi à Argentina apoiar o time.
“Nós temos que agradecer a torcida pelo esforço que fez para vir até aqui. Para os torcedores que não puderam vir e que torceu também. Somos gratos a eles. Mas, como já disse anteriormente, nós estamos expostos a ganhar e perder. Eu, pessoalmente, tenho 31 anos e perdi mais finais que ganhei, mas hoje estou aqui mostrando a cara, trabalhando”, iniciou.
“E eu não encontro outro método, outra fórmula, para se levantar, que não seja trabalhando. Por isso disse o que disse antes. Eu, pessoalmente, farei em silêncio, mas amanhã vou me levantar, vou ser o primeiro a chegar ao clube e fazer de novo tudo o que fiz para estar bem”, seguiu.
“Todo mundo quer ganhar, nós somos os primeiros, mas no processo até chegar à final eu fiz tudo o que pude. Eu me entreguei ao máximo nos treinamentos, nos descansos, na minha alimentação. Dei o meu melhor, não me culpo por isso”, continuou Alonso.
“Mas demonstraremos à torcida que somos capazes de nos levantar. A torcida sabe disse, seguirá nos apoiando, porque são assim, são incondicionais e nós agradecemos isso. A partir de amanhã, nos levantaremos e demonstraremos de que somos capazes de seguir adiante”, concluiu.