O Atlético foi do êxtase ao drama neste sábado (30/11). Mesmo com um a mais desde o primeiro minuto de jogo, a equipe decepcionou os torcedores, parou na bela atuação tática do Botafogo e foi derrotado por 3 a 1 no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, na Argentina. Com a vitória, o Glorioso levantou a taça da Copa Libertadores pela primeira vez na história.
O volante Gregore levou cartão vermelho ao acertar a sola da chuteira na cabeça de Fausto Vera. A desvantagem numérica, no entanto, não abalou os cariocas, que abriram dois gols de vantagem com Luiz Henrique e Alex Telles ainda no primeiro tempo.
Após uma etapa inicial abaixo da crítica, o Galo voltou com três mudanças do intervalo e se lançou ao ataque. Vargas diminuiu logo aos dois minutos e teve outras boas oportunidades no fim da partida, mas não as aproveitou. Ainda deu tempo para Júnior Santos, nos acréscimos, fechar o placar e assegurar o título botafoguense.
O que se viu em campo foi um reflexo dos momentos dos times na temporada. Enquanto um lidera o Campeonato Brasileiro e não perdia há cinco jogos, o outro tenta se garantir na próxima Libertadores e amarga, com a derrota, 11 partidas sem triunfo.
Premiação e classificação para torneios internacionais
O título também dá ao Botafogo uma premiação no valor de R$ 137 milhões, enquanto o Atlético receberá R$ 41 milhões pelo vice. Além disso, o Glorioso se garante na Copa Intercontinental, que será disputada em dezembro, e no Super Mundial, entre junho e julho do próximo ano.
Os próximos jogos de Atlético e Botafogo
Agora, Atlético e Botafogo voltam as atenções para o Campeonato Brasileiro. Os mineiros enfrentarão o Vasco na quarta-feira, às 19h, em São Januário, no Rio de Janeiro.
Já os cariocas, que lideram a competição, visitam o Internacional no mesmo dia, às 21h30, no Beira Rio, em Porto Alegre. Ambos os jogos serão pela 37ª rodada da Série A.
Atlético x Botafogo: o jogo
Expulsão precoce e vantagem carioca
Não deu tempo sequer de uma análise fria dos times quando o Gregore acertou o pé na cabeça de Fausto Vera, foi expulso e deixou o Botafogo com um a menos antes do primeiro minuto de jogo. Os atleticanos foram à loucura ao avistar o cartão vermelho mais rápido da história das finais da Libertadores.
A partir disso, o Atlético colocou a bola no chão e parecia administrar bem a vantagem numérica. As primeiras chances dos mineiros vieram com bons chutes de Hulk, que pararam nas mãos de John.
Apesar do claro domínio do Galo, o jogo era tenso e sem muitas oportunidades. Em maior número, a torcida do Botafogo mostrava apreensão, mas mantinha o apoio ao time. Milito e Artur Jorge, por sua vez, mostravam inquietação à beira do gramado.
Era uma partida de paciência para o Atlético e de entrega para o Botafogo, que conseguia se desdobrar na marcação com o retorno dos atacantes pelo meio. Isso dificultava os ataques da equipe mineira, que tentava explorar os lados. Faltava repertório ofensivo até este momento.
Mas uma decisão é feita de momentos inesperados. Aos 35’, na única jogada de ataque no primeiro tempo até então, o Botafogo abriu o placar após a bola sobrar para Luiz Henrique ‘fuzilar’ quase da pequena área: 1 a 0. Como não poderia ser diferente, a torcida e os jogadores que estavam no banco do Glorioso foram à loucura no Monumental.
Aos 40’, Luiz Henrique tomou frente de Arana, alcançou a bola e foi derrubado por Everson na grande área. O árbitro Facundo Tello reviu o lance no VAR e assinalou pênalti. Na cobrança, Alex Telles bateu e acertou o canto esquerdo: 2 a 0.
Na saída de bola, Deyverson até tentou acalmar o time, mas sem sucesso. Lyanco e Fausto Vera, com faltas sem necessidade, levaram cartão logo na sequência. Era o reflexo de um time desequilibrado mentalmente.
Mas não foi só o mental que pesou neste primeiro tempo ruim do Atlético. A equipe comandada por Milito criou apenas um ataque perigoso, com Deyverson, e teve um desempenho abaixo da crítica em quase todos os aspectos.
Atlético marca no início, mas para na defesa do Botafogo
Milito fez alterações na volta do intervalo: sacou os amarelados Lyanco e Fausto Vera para as entradas de Mariano e Bernard, além de colocar Eduardo Vargas no lugar de Scarpa. Com isso, Hulk foi para a ponta direita.
E o chileno mostrou estrela logo aos 2 minutos. Em cobrança de escanteio de Hulk, ele cabeceou livre para diminuir o placar: 2 a 1.
O gol deu ânimo aos atleticanos, que passaram a ter mais tranquilidade na troca de passes. Ao lado de Mariano e Bernard, Hulk conseguia gerar bons lances pela direita, principalmente com cruzamentos e jogadas pela linha de fundo. O lateral também mostrava mais repertório ofensivo.
Observando a melhora do Atlético, Artur Jorge sacou Telles e Savarino para as entradas de Marçal e Danilo Barbosa, reforçando o sistema defensivo.
O clima nas arquibancadas seguia de aflição. O torcedor do Galo esboçava gritos de “eu acredito”, enquanto os botafoguenses viam o título cada vez mais próximo com o passar dos minutos.
Dentro de campo, o Atlético caía de desempenho. O time se lançou ao ataque e via o Botafogo recuado, mas não conseguia furar a retranca dos cariocas.
A grande oportunidade surgiu aos 41’ do segundo tempo, quando Mariano deixou Vargas na cara do gol, mas o chileno finalizou por cima. O atacante teve outra chance pouco depois, mas desperdiçou novamente ao tentar encobrir o goleiro Jhon.
Com o psicológico abalado, o Atlético até ameaçou o Botafogo com chute de Alan Kardec, mas parou nisso. O time soube aproveitar a vantagem mental e marcou mais um com Júnior Santos, já nos acréscimos.
O árbitro apitou o fim da partida, e o clube carioca pode comemorar a Glória Eterna pela primeira vez em sua história. Festa memorável para os cariocas na Argentina!
Atlético 1 x 3 Botafogo
Atlético
Everson; Lyanco (Mariano, no intervalo), Battaglia, Junior Alonso e Guilherme Arana; Fausto Vera (Bernard, no intervalo), Alan Franco e Gustavo Scarpa (Eduardo Vargas, no intervalo); Hulk, Paulinho e Deyverson(Alan Kardec, aos 30’ do 2ºT). Técnico: Gabriel Milito
Botafogo
Jhon; Vitinho, Adryelson, Barboza e Alex Telles (Marçal, aos 12’ do 2ºT); Gregore, Marlon Freitas e Thiago Almada (Júnior Santos, aos 34’ do 2ºT); Luiz Henrique (Matheus Martins, aos 34’ do 2ºT), Savarino (Danilo Barbosa, aos 12’ do 2ºT) e Igor Jesus (Allan, aos 47’ do 2ºT). Técnico: Artur Jorge
Gols: Luiz Henrique, aos 35’ do 1ºT, Alex Telles, aos 43’ do 1ºT e Júnior Santos, aos 51 do 2ºT; Eduardo Vargas, aos 2’ do 2ºT
Cartões amarelos: Battaglia, Lyanco, Fausto Vera e Hulk; Alex Telles, Thiago Almada, Igor Jesus e Vitinho
Cartão vermelho: Gregore, com 1’ do 1ºT
Motivo: final da Copa Libertadores
Data: 30/11/2024 (sábado)
Estádio: Monumental de Nuñez, em Buenos Aires-ARG
Árbitro: Facundo Tello (ARG)
Assistentes: Ezequiel Brailovsky (ARG) e Gabriel Chade (ARG)
VAR: Mauro Vigliano (ARG)