
Multicampeão pelo Atlético, o atacante chileno Eduardo Vargas anunciou que jogará no Nacional, do Uruguai, em 2025, em vídeo publicado pelo clube tricampeão da Copa Libertadores.
“Queridos bolsos (apelido dos torcedores do Nacional), estou chegando ao país (Uruguai). Este ano será inesquecível. Mando um abraço a todos”, disse Vargas, no vídeo. O jogador de 35 anos estava sem clube desde que deixou o Galo ao fim do ano passado, com o término do contrato dele.
Nacional deu chapéu em clube da Série A do Brasileiro
O vice-presidente do Nacional do Uruguai, Flavio Perchman, contou como conseguiu contratar Vargas. O chileno tinha acordo encaminhado com o Vitória para a temporada 2025. No entanto, apesar de proposta menor, o dirigente do clube tricampeão da Libertadores convenceu o ex-jogador do Atlético a seguir a carreira em Montevidéu.
“O mercado [no Uruguai] se esticou por mais uma semana, então toda a comissão técnica ficou focada em Vargas. A verdade é que não contei para ninguém e fechei”, iniciou Perchman, em entrevista ao podcast Pasión Tricolor, apresentado por torcedores do Nacional, nessa terça-feira (21/1).
“Eu o convenci, porque a nossa oferta é muito inferior à que ele tinha do Vitória e de outro time de Primeira Divisão. Mas consegui convencê-lo. Eu disse a ele: ‘O que você vai fazer no Vitória da Bahia?’”, acrescentou.
Segundo Perchman, o meio-campista Romulo Otero, também ex-jogador do Atlético, ajudou a convencer Vargas sobre a transferência para o Nacional. O venezuelano acertou com o clube uruguaio para 2025 após passagem pelo Santos na temporada passada.
Vargas é o 3º maior artilheiro estrangeiro do Atlético
Ídolo da Seleção do Chile, o atacante passou as cinco últimas temporadas com a camisa alvinegra, em passagem marcada por altos e baixos.
Por um lado, Vargas foi peça importante nos inesquecíveis títulos do Campeonato Brasileiro (2021), da Copa do Brasil (2021) e da Supercopa do Brasil (2022), além de ter sido tetracampeão mineiro (2021, 2022, 2023 e 2024); por outro, não apresentou tanta consistência ao longo desses anos, com períodos de performance abaixo do espertado, e era constantemente criticado pela torcida por “gols perdidos”.
Eduardo deixou o clube “em baixa” com a torcida. Apesar de, em 2024, ter tido o melhor ano da passagem pelo Atlético no quesito média de gols – foram nove gols em 38 jogos (nove como titular), média de um gol a cada 144 minutos, além de ter distribuído três assistências -, o chileno perdeu duas chances claras nos minutos finais da final da Libertadores, contra o Botafogo, no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, na Argentina, e desperdiçou a oportunidade de se tornar o herói de uma improvável virada alvinegra.
Quando Vargas perdeu os gols, o Galo perdia o jogo por 2 a 1 – o gol do time mineiro tinha sido marcado justamente pelo chileno, no início do segundo tempo, para diminuir a vantagem do Glorioso. A partida acabou terminando com vitória da equipe carioca por 3 a 1 – o atacante Júnior Santos, que viria a ser contratado pelo Atlético em janeiro deste ano, deu números finais ao duelo nos acréscimos.
Apesar dos altos e baixos, é inegável que Eduardo deixou o Atlético como um dos jogadores nascidos em outro país mais marcantes da história do clube. Primeiro e único chileno a vestir a camisa do alvinegra, ele marcou 33 gols em 167 partidas – além de ter dado 15 asssistências.