Para torcedores fanáticos, a relação com ídolos do futebol é bem parecida com grandes paixões. E, assim como nos namoros mais marcantes, um término forçado deixa corações partidos e uma dor que pode durar muitos anos. A sensação de ver o amor de sua vida se casar com outra pessoa é dura e foi vivida pela torcida do Cruzeiro nesse sábado (4/11), quando Fábio venceu a Copa Libertadores pelo Fluminense.
Ídolo celeste, o goleiro realizou o maior sonho da carreira dentro do Maracanã, no Rio de Janeiro, bem distante dos torcedores que o amaram por 17 temporadas. Esse título mexe com uma geração de cruzeirenses, que ainda não viveu o sentimento de libertação. São quase três décadas à espera de uma nova conquista do clube no maior torneio do continente.
A trajetória de Fábio na Toca da Raposa terminou sem o tão sonhado troféu. Foram 976 partidas no Cruzeiro, marcadas por 34 pênaltis defendidos, 12 taças e diversas atuações memoráveis. O recordista em jogos deixou o clube em janeiro de 2022, após não firmar um acordo de renovação contratual com a recém-chegada gestão de Ronaldo Fenômeno.
Torcida do Cruzeiro anseia por final feliz
O grito de campeão da Libertadores poderia ter sido colocado para fora em 2009, ano em que o Cruzeiro bateu na trave pelo título. Depois de um 0 a 0 no jogo de ida da final, na Argentina, os mineiros perderam a volta por 2 a 1 para o Estudiantes, de virada, dentro do Mineirão.
Na década seguinte, o Cruzeiro colecionou eliminações precoces e nunca voltou à decisão do torneio. A derrota para os argentinos paira como um fantasma sobre o clube, que passa por reconstrução e parece estar distante de voltar ao período de glórias continentais.
O dia 15 de julho de 2009 agora é passado para Fábio, capitão do elenco vice-campeão, mas só vai se encerrar para os torcedores celestes quando a Raposa voltar a ser dona da América. A relação com sua grande paixão não acabou como a maioria queria, mas a torcida do Cruzeiro anseia por viver novas páginas heroicas e imortais ao lado de outros amores. Há sempre a esperança de um final feliz.
Fábio e cruzeirenses abrem o coração
A paixão dos cruzeirenses por Fábio fica evidente nas redes sociais. Depois da vitória do Fluminense por 2 a 1 sobre o Boca Juniors, na decisão da Libertadores, diversos torcedores da Raposa abriram o coração e falaram sobre a ligação com o ídolo em postagens. Um clima melancólico marca as declarações, que envolvem sentimentos mistos, como respeito, admiração, amor, tristeza e frustração.
O relacionamento, porém, não é unilateral. Ao relembrar antigos momentos de sua trajetória, Fábio destacou a relação especial que tem com a torcida do Cruzeiro. O goleiro venceu dois Campeonatos Brasileiros, três Copas do Brasil e sete Campeonatos Mineiros no período em que esteve no clube.
“Só gratidão a Deus que me deu saúde, e quero agradecer a todas as equipes que me ajudaram a chegar até aqui. Tenho jogos pelo Vasco, mas a grande maioria pelo Cruzeiro. Torcida cruzeirense, sei que todos vocês estavam torcendo. Vocês sabem do carinho que tenho por vocês, e gratidão sempre”, disse o jogador à ESPN.
Falar sobre novos e antigos amores é algo comum na música. Os dramas do coração fazem parte do repertório de diversos estilos, mas é no sertanejo em que são o tema central. Ao analisar algumas canções, é difícil não traçar paralelos com a vida real.
O tempo passou e eu sofri calado
Não deu pra tirar ela do pensamento
Eu ia dizer que estava apaixonado
Recebi o convite do seu casamentoCom letras douradas, num papel bonito
‘O Grande Amor da Minha Vida’ – Gian e Giovani
Chorei de emoção quando acabei de ler
Num cantinho, rabiscado no verso
Ela disse: Meu amor, eu confesso
Estou casando, mas o grande amor
Da minha vida é você
