COPA INTERCONTINENTAL

Quem é Oussama Idrissi, do Pachuca, algoz do Botafogo no Intercontinental

'Mago marroquino' que se destacou na Europa, Idrissi, do Pachuca, foi o nome da goleada por 3 a 0 que eliminou o Botafogo do Intercontinental
Foto do autor
Compartilhe

A goleada por 3 a 0 aplicada pelo Pachuca sobre o Botafogo nesta quarta-feira (11/12), pelo Dérbi das Américas, a terceira fase da Copa Intercontinental, foi liderada por um atacante nascido na Europa, mas que atuou por seleção africana e que tornou-se ídolo de uma das maiores torcidas do México, país da América do Norte. Trata-se do holandês-marroquino Oussama Idrissi, de 28 anos.

Aos 5 minutos do segundo tempo, o camisa 11 marcou golaço para abrir o placar e ainda deu assistência para o tento do centroavante venezuelano Salomón Rondón, que deu números finais à expressiva vitória.

O gol de Idrissi foi digno de Prêmio Puskás: ele partiu com a bola na ponta-esquerda, passou por dois jogadores próximos à linha lateral, tabelou com o lateral-esquerdo mexicano Bryan González, recebeu de volta na entrada da área e deixou a dupla de zaga botafoguense no chão com cortes desconcertantes antes de balançar as redes no canto direito do goleiro John. Assista abaixo ao lance.

Quem é Oussama Idrissi?

Início da carreira e ‘troca’ de nacionalidade

Filho de pais marroquinos, Idrissi nasceu na pequena cidade de Bergen op Zoom, na Holanda. Ele foi revelado pelo Groninguen, time que também formou o ex-atacante Arjen Robben, um dos maiores jogadores da história do país.

Antes de chegar na equipe, Idrissi passou pelas categorias de base do Halsteren, do NAC e do gigante Feyenoord, de onde se transferiu ao Groninguen a custo zero ainda com 19 anos.

Idrissi era visto como promessa do futebol holandês, e acumulou três gols em 11 jogos oficiais pelas seleções de base do país. Na seleção principal, no entanto, nunca chegou a ter chances – por isso, em 2019, decidiu aceitar convocação do Marrocos. Ele sempre teve a nacionalidade marroquina, que foi herdada dos pais.

O ponta-esquerda, no entanto, nunca se destacou pela seleção – fez apenas nove jogos, sem balançar as redes e com apenas uma assistência. Ele não é convocado desde junho do ano passado e ficou de fora da Copa do Mundo de 2022, na qual Marrocos fez história ao chegar até a semifinal.

Destaque na Holanda

O time onde o atacante mais se destacou foi o AZ Alkmaar, para o qual se transferiu após as primeiras temporadas profissionais pelo Groninguen, onde marcou 13 gols e distribuiu quatro assistências em 64 jogos, entre 2015/2016 e 2017/2018.

No AZ, Oussama marcou 37 gols e deu 20 assistências em 98 jogos, entre 2017/2018 e o início da temporada 2020/2021. Por lá, o marroquino conquistou a Copa da Holanda e chegou perto de vencer o Campeonato Holandês em 2019/2020, sob o comando do técnico Arne Slot, que hoje se destaca à frente do Liverpool.

Aquela edição da competição foi cancelada devido à pandemia – faltavam nove jogos para o fim do torneio, e o Akmaar era o vice-líder, empatado em pontos com o Ajax, que ocupava o primeiro lugar devido ao saldo de gols.

Venda milionária e frustração na Espanha

Após ótimo desempenho no AZ, Idrissi foi vendido para o Sevilla por 12 milhões de euros (cerca de R$ 75,89 milhões, na cotação da época). Ele, no entanto, não conseguiu fazer jus ao investimento: fez 17 jogos pela equipe espanhola em 2020/2021 e 2021/2022, sem nenhuma participação em gols. Nesse meio-tempo, chegou a ser emprestado para o Ajax, onde teve números ruins – 14 jogos, nenhum gol e nenhuma assistência -, mas conquistou o título do Holandês.

Em 2021/2022, Oussama outro empréstimo curto – dessa vez, para o Cádiz, da Espanha. Lá, também não foi bem: marcou um gol e deu uma assistência em 13 jogos e quase amargou o rebaixamento para a Segunda Divisão.

Retorno à boa forma com atual técnico do Liverpool

Na temporada 2022/2023, Idrissi voltou a ser emprestado para a Holanda – retornou ao Feyenoord, onde atuou nas categorias de base. Pelo time alvirrubro, o marroquino voltou a ser comandado por Arne Slot e, graças ao técnico holandês, recuperou o bom futebol – marcou sete gols e deu oito assistências em 37 partidas e foi peça-chave para a conquista do Campeonato Holandês, encerrando jejum de cinco anos sem o título.

Ida para o Pachuca, idolatria e apelido especial

Em 2023/2024, Oussama voltou ao Sevilla, chegou a atuar em uma partida, mas, sem espaço, rescindiu com o clube pouco mais de um mês após o fechamento da janela europeia e, em setembro de 2023, decidiu trocar a Europa pela América Latina ao acertar com o Pachuca.

No time mexicano, o impacto do marroquino foi imediato: firmou-se como liderança técnica e, menos de um ano depois, em junho deste ano, foi decisivo para a conquista de um dos títulos mais importantes da história do clube: a Liga dos Campeões da Concacaf. Por lá, Idrissi já anotou 11 gols e 19 assistências em 53 partidas e ganhou o apelido de “mago marroquino”.

Compartilhe