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Basquete do Brasil é mais difícil que NBA, diz jogador do Minas

Entenda porque, para o brasileiro-estadunidense Scott Machado, reforço do Minas que jogou na NBA, o basquete do Brasil é mais difícil que o dos EUA
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A NBA (National Basketball Association), principal torneio de basquete dos Estados Unidos, é amplamente considerada o ápice do esporte no mundo. Mas, para o armador Scott Machado, do Minas, um dos poucos jogadores do NBB (Novo Basquete Brasil) que já teve experiência na liga estadunidense, o basquete brasileiro é mais difícil que o disputado no campeonato norte-americano.

Reforço minas-tenista para a temporada 2024/2025, Scott é filho de brasileiros, mas nasceu e cresceu nos EUA. Acostumado com o basquetebol estadunidense, onde se destacou na NCAA (National Collegiate Athletic Association, principal liga universitária do esporte) e atuou por três times diferentes da NBA, Scott encontrou dificuldades quando deixou os States devido à diferença entre as regras praticadas no país e no “resto do mundo” – incluindo o Brasil.

“Fora dos EUA, as regras são totalmente diferentes. O mais importante é o garrafão (na NBA, um jogador não pode ficar mais de três segundos sem marcar outro no garrafão, enquanto no Brasil e no ‘resto do mundo’ não há essa restrição, possibilitando que as equipes marquem mais por zona). Aqui, não dá para tentar entrar no garrafão sempre, é mais difícil que na NBA. Por isso os jogos da NBA passam dos 100 pontos. Aqui, o jogo é mais difícil, tem que pensar um pouquinho mais”, disse o brasileiro-estadunidense em entrevista ao No Ataque nessa segunda-feira (23/9), durante evento de apresentação do elenco do Minas na Arena UniBH.

Scott rodou o mundo jogando basquete

A primeira vez que o armador se deparou com as diferenças nas regras foi em 2014, quando deixou os Estados Unidos pela primeira vez – após passagens por Houston Rockets e Golden State Warriors, da NBA, Scott foi jogar na França.

Após passagens pelo basquete estônio alemão e pelo espanhol, Scott voltou aos EUA em 2017, para atuar pelo South Bay Lakers, na liga de desenvolvimento da NBA. Em 2018, ele acertou com o Los Angeles Lakers, onde jogou ao lado da lenda LeBron James.

Desde 2019, no entanto, Machado não joga no país norte-americano: naquele ano, deixou os Lakers e foi jogar na Austrália, onde permaneceu por três anos antes de rumar a Israel e à Rússia, em 2022. No ano seguinte, teve a primeira experiência no país onde os pais nasceram: acertou com o Flamengo. Após uma temporada no rubro-negro, onde foi vice-campeão do NBB, o armador acertou com o Minas para a temporada 2024/2025.

Diferenças nas regras entre NBA e resto do mundo

A NBA e as outras ligas de basquete estadunidense não adotam as regras da Federação Internacional de Basquete (Fiba), como fazem Brasil, França, Alemanha e outros países em que Scott Machado atuou. O campeonato norte-americano criou um regulamento que proporciona um ritmo mais intenso às partidas. Veja abaixo as principais diferenças além da citada pelo jogador do Minas.

Tempo de jogo

  • NBA: 48 minutos (quatro quartos de 12 minutos cada)
  • Fiba: 40 minutos (quatro quartos de 10 minutos cada)

Distância entre a cesta e a linha de 3 pontos

  • NBA: 6,75 metros
  • Fiba: 7,24 metros

Pedidos de tempo

  • NBA: seis pedidos permitidos por time, de 60 a 100 segundos, que podem ser feitos por técnico ou jogador, esteja a bola rolando ou parada. Cada equipe também pode fazer dois pedidos curtos (20 segundos)
  • Fiba: cinco pedidos de 60 segundos (dois no primeiro tempo e três no segundo), que só podem ser feitos com a bola parada

Limite de faltas

  • NBA: o jogador é expulso após cometer seis faltas, e o time é punido com lance livre direto após cinco faltas coletivas
  • Fiba: o jogador é expulso após cometer cinco faltas, e o time é punido com lance livre direto após quatro faltas coletivas
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