A Espanha deve ter ao menos 15 desfalques na Copa do Mundo Feminina. As jogadoras da Seleção Espanhola recusaram convocação para amistosos e exigiram mudanças nas condições de trabalho em e-mail enviado à federação no ano passado.
Durante participação no podcast espanhol Rac1, nesta sexta-feira (26/5), Mari León, zagueira do Barcelona, disse que não defenderá as cores da Espanha na Copa do Mundo feminina, que será disputada entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia, e reacendeu a discussão.
“Ganhei muito e contribuí para a classificação, mas não é uma decisão que se toma de ânimo leve e não é fácil. Minha decisão é clara. Mapi León tem jeito de vida e alguns valores. Não posso voltar atrás, tem que haver alguma mudança”, disse a defensora.
Em relação à mudança, ela afirmou que houve conversas com a federação, mas as considerou insuficientes.
Entenda o caso
Em setembro do ano passado, 15 jogadoras da Seleção Espanhola enviaram um e-mail à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) para exigir reajustes. De acordo com a entidade, a mensagem também exigia a demissão do técnico Jorge Vilda – versão negada pelas atletas.
No corpo do texto, as jogadoras recusaram a convocação para amistosos de preparação para a Copa e argumentaram que a saúde delas e o estado emocional estavam abalados.
Em nota, a RFEF respondeu que não aceita questionamentos sobre a comissão técnica. Na sequência, a entidade divulgou que “não convocará os jogadores que não querem vestir a camisa da Espanha. A Federação só terá jogadores de futebol comprometidos mesmo que tenham que jogar com jogadores juvenis”.
Desdobramentos
As jogadoras lamentaram a decisão da federação de tornar pública a carta e mantiveram o desejo de não serem convocadas até que as condições mencionadas fossem repensadas.
Jorge Vilda recebeu respaldo da instituição e se manteve no cargo. Desde então, o treinador não convocou nenhuma das jogadoras que se opuseram aos métodos da comissão técnica. Depois do envio do e-mail, a Espanha disputou nove amistosos (sete vitórias, um empate e uma derrota).
A RFEF respondeu que “o não comparecimento a uma convocação da equipe é classificado como infração gravíssima e pode levar a sanções de dois a cinco anos de inabilitação”. Informou, ainda, que as atletas só retornarão ao elenco caso admitam o suposto erro e peçam perdão.
Quem são as 15 atletas?
- Ainhoa Moraza, zagueira do Atlético de Madrid;
- Aitana Bonmatí, meio-campista do Barcelona;
- Amaiur Sarriegi, atacante do Real Sociedad;
- Andrea Pereira, zagueira do Clube América;
- Claudia Pina, atacante do Barcelona;
- Laia Aleixandri, zagueira do Manchester City;
- Leila Ouahabi, lateral do Manchester City;
- Lola Gallardo, goleira do Atlético de Madrid;
- Lucía García, atacante do Manchester United;
- Mapi León, zagueira do Barcelona;
- Mariona Caldentey, atacante do Barcelona;
- Nerea Eizaguirre, meio-campista do Real Sociedad;
- Ona Batlle, lateral do Manchester United;
- Patri Guijarro, meio-campista do Barcelona; e
- Sandra Paños, goleira do Barcelona.
Alexia Putellas, meia-atacante do Barcelona eleita a melhor jogadora do mundo em 2022 pela FIFA, não está na lista, pois, no momento da convocação, estava machucada. Nem por isso ela deixou de se posicionar sobre a exposição do e-mail.
No Twitter, Alexia reiterou que as jogadoras não renunciaram à seleção, apenas recusaram a convocação para manter a integridade física e mental. Ela não participou dos amistosos por causa de uma lesão no ligamento cruzado do joelho esquerdo que lhe tirou dos gramados por oito meses. Portanto, a participação da camisa 11 no Mundial é incerta.