O clima no vestiário da seleção belga passa longe de ser dos melhores. O goleiro Thibaut Courtois abandonou a concentração da equipe e não está mais à disposição do técnico Domenico Tedesco, que atribuiu a saída a uma insatisfação pessoal do arqueiro. Em suas redes sociais, Courtois desmentiu o treinador.
Segundo Todesco, o motivo da saída repentina do jogador do Real Madrid é que, na ausência de Kevin de Bruyne, capitão oficial da equipe, o escolhido por Todesco para usar a braçadeira na última partida da seleção, de empate contra a Áustria, foi o atacante Romelu Lukaku.
“No meio de tudo, decidimos que Lukaku seria o capitão contra a Áustria e Courtois amanhã. Estou surpreso e chocado, não esperávamos que algo assim acontecesse. Em março, decidimos que De Bruyne seria o primeiro capitão e que Lukaku e Courtois estariam em pé de igualdade como segundos capitães”, disse o treinador.
Em suas redes sociais, Courtois classificou a fala do treinador como “parcial”, “subjetiva” e fora a realidade. Conforme explicou em nota, sua saída do time se deu por uma lesão no joelho direito.
“Esta tarde fiquei surpreso ao ouvir a coletiva de imprensa do técnico, na qual ele fez um relato parcial e subjetivo de uma conversa particular que tivemos após a partida contra a Áustria. Estou profundamente desapontado com isso, mas quero deixar claro que as avaliações do treinador não condizem com a realidade”, escreveu.
“Ontem à tarde fiz um check-up por conta de um problema no meu joelho direito. A equipa médica do meu clube e a seleção nacional entraram em contato e analisaram todo o material antes de tomar a decisão de que eu deixasse a seleção”, completou.
Agora, a sequência do goleiro do Real Madrid na seleção da Bélgica é incerta. Um dos principais nomes da geração belga, o jogador participou de três Copa dos Mundo (2014, 2018 e 2022) e duas Eurocopas (2016 e 2020). O atleta foi um dos destaques na eliminação do Brasil nas quartas de final do Mundial, na Rússia.
Confira a nota emitida por Courtois na íntegra:
Esta tarde fiquei surpreso ao ouvir a coletiva de imprensa do técnico, na qual ele fez um relato parcial e subjetivo de uma conversa particular que tivemos após a partida contra a Áustria.
Quero deixar claro que não é a primeira nem a última vez que falo com um treinador sobre questões relacionadas a um vestiário, mas é a primeira vez que alguém decide contar isso publicamente. Estou profundamente desapontado com isso, mas quero deixar claro que as avaliações do treinador não condizem com a realidade.
Naquela conversa, pedi a ele, não para benefício direto, que explicasse e tomasse decisões para evitar situações que no passado nos prejudicaram, sempre buscando o benefício geral. Ser ou não capitão da seleção não é um capricho nem uma decisão aleatória, deve ser uma decisão dele e foi isso que tentei transmitir a ele. Infelizmente não alcancei meu objetivo.
Insisto que em nenhum caso exigi nada e que falei com meu companheiro de equipe Romelu Lukaku para esclarecer quaisquer circunstâncias relacionadas a esta situação. Ao mesmo tempo, quero deixar claro que não discuti nenhum assunto semelhante com nenhum companheiro de equipe, como foi alegado.
Ontem à tarde fiz um check-up por conta de um problema no meu joelho direito. A equipa médica do meu clube e a seleção nacional entraram em contato e analisaram todo o material antes de tomar a decisão de que eu deixasse a seleção.