O governo da Colômbia garantiu, nessa sexta-feira (3/11), que o ELN vai libertar o pai do jogador de futebol Luis Díaz, sequestrado em 28 de outubro em meio a negociações de paz e um pacto de cessar-fogo.
“As ações mencionadas por porta-vozes do ELN na mesa de negociações indicam que vai ser libertado (…) É evidente que se houver um acordo para receber o pai do jogador deverá ser estabelecida uma área segura para recebê-lo”, declarou à imprensa o ministro do Interior, Luis Fernando Velasco.
A imprensa colombiana divulgou um suposto comunicado no qual os rebeldes anunciam o início do “processo de libertação” de Luis Manuel Díaz.
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Conhecido no povoado indígena de Barrancas como ‘Mane’, Luis Manuel Díaz foi sequestrado junto com sua esposa, Cilenis Marulanda. Ela foi libertada horas depois, quando homens do Exército e da polícia realizavam uma operação por terra e ar para localizar o casal em uma região desértica e próxima à fronteira com a Venezuela.
O governo indicou a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) como responsável pelo sequestro, com a qual negocia a paz desde novembro.
“Preciso expressar meu mais profundo repúdio não apenas por ter sequestrado o pai de Luis, mas porque no decorrer dos acontecimentos não foi (o ELN) capaz de libertá-lo”, declarou o presidente Gustavo Petro de Washington.
Rebeldes e a força pública cumprem um cessar-fogo bilateral desde 3 de agosto, monitorada pelas Nações Unidas e outros organismos internacionais no marco dos diálogos de paz.
“À medida que o tempo passa ficam mais perigosas as circunstâncias para o senhor Díaz. (…) Frente à reconstrução da confiança e as possibilidades de paz na Colômbia, (o ELN) tem que fazer um esforço imediato e profundo para libertar o senhor Díaz”, afirmou Petro.
Apegado ao pai
À espera da libertação, o técnico do Liverpool, Jurgen Klopp, informou que deixou Díaz decidir se joga neste domingo (5/11) contra o Luton pela Premier League.
O atleta “está muito abalado com esta situação, é uma pessoa muito apegada ao pai”, disse à AFP em Barrancas Carlos Jiménez, primo de “Mane” Díaz.
Mais de 250 soldados buscaram na sexta-feira por “ar e terra” o pai do atleta nos arredores de Serranía del Perijá, segundo o Exército. “As operações deflagradas (…) não foram interrompidas nem por um segundo”, declarou o comandante Llair González, da unidade militar de elite contra sequestros e extorsões (Gaula).
O ministro da Defesa, Iván Velásquez, descartou que o governo negocie a libertação com a guerrilha mais longeva da América após o desarmamento das Farc, em 2016.
A Colômbia é um país afligido por seis décadas de conflitos armados que já fizeram 9,5 milhões de vítimas, 38.028 delas sequestradas.
A seleção colombiana, da qual Díaz é titular, enfrenta o Brasil no dia 16 de novembro, em Barranquilla, pela quinta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.