Uma brasileira alegou ter trabalhado de forma ilegal na residência de Neymar em Paris entre 2018 e 2022. A trabalhadora doméstica relatou que enfrentou carga horária abusiva no emprego e desvio de funções até ser demitida no oitavo mês de gravidez. Ela cobra uma indenização de € 368 mil (cerca de R$ 1,9 milhão) na Justiça francesa.
As declarações foram ao programa Domingo Espetacular, da Record, nesse domingo (19/11). Ela preferiu não revelar a identidade.
Por indicação de uma amiga, a goiana de 35 anos aceitou o emprego na mansão do ex-atacante do PSG, na cidade de Bougival, a cerca de 20 km de Paris. O objetivo da mãe de quatro filhos era conseguir um contrato de trabalho para legalizar a família dela na França.
Inicialmente, trabalhou como diarista aos finais de semana. A partir de janeiro de 2020, passou a desempenhar a função diariamente. “Limpeza, fazer cama, fazer tudo o que for de limpeza na casa. Era o que eu fazia. Serviços gerais mesmo”, descreveu.
No entanto, a mulher afirmou que passou por situações fora do acordo trabalhista, como atender a ex-namorada de Neymar, Bruna Biancardi, como manicure.
“Tinha que estar ali auxiliando, limpando, na cozinha. Uma vez, eu tava limpando a academia e pediram para parar e fazer unha da Bruna Biancardi. Parei, fiz e voltei”, declarou a trabalhadora, que acabou demitida pouco antes de dar à luz ao quarto filho.
“Falaram que eu não precisava ir mais e me pagaram, falando: ‘Resolva sua vida pessoal’. Eu tive que buscar dinheiro na entrada principal. Fiquei sem apoio nenhum. Eu tive a luz cortada por uma semana. Eu só quero o que é meu de direito”, cobrou.
Sem visto na França, ela alega que chegou a trabalhar sete dias por semana, de janeiro de 2021 a outubro de 2022, na casa de Neymar. Os pagamentos eram realizados em espécie para evitar declará-la como funcionária ao sistema fiscal francês.