Presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz é o novo mandatário interino da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele assume o cargo como ‘interventor’, após a deposição de Ednaldo Pereira pela Justiça, nesta quinta-feira (7/12). Saiba quem é o ocupante provisório do principal cargo da entidade que comanda o futebol brasileiro.
Perdiz ficará à frente da CBF por até um mês, prazo máximo para que ele convoque e conduza novas eleições.
Quem é José Perdiz?
Natural de Brasília, Perdiz tem 60 anos e é advogado, associado à Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB) do Distrito Federal. Formou-se em direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ele é filho de José de Jesus Filho, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-ministro interino da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso (ocupou o cargo por seis dias, entre 1 e 7/4 de 1998). José se aposentou em 1997 e faleceu no final de 2021.
Perdiz entrou na área do esporte como auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Metropolitana de Futebol do Distrito Federal (FMF/DF). Depois, foi eleito vice-presidente da entidade. Em 2012, ele ingressou no STJD de futebol. Em 2016, tornou-se auditor e, em 2020, foi eleito vice-presidente da instituição. José assumiu a presidência em maio deste ano. Antes, o cargo era ocupado por Otávio Noronha.
Entenda porque Ednaldo Pereira foi deposto pela Justiça
O Ministério Público do Rio de Janeiro moveu ação contra a CBF em 2018, sob o argumento de que o estatuto da condeferação não estava de acordo com a Lei Pelé, pois não previa peso igualitário entre federações e clubes.
Durante o processo, contudo, houve mudança no comando da entidade: Rogério Caboclo foi afastado da presidência após denúncias de assédio sexual. Quem assumiu interinamente foi Ednaldo Rodrigues, que era o vice.
Após assumir, Ednaldo negociou Termo de Acordo de Conduta (TAC) com o Ministério Público, anulou a eleição de Caboclo e convocou outra – vencida por ele mesmo.
Contudo, os outros vices se incomodaram – alegaram que não foram perguntados sobre o acordo e que o desdobramento os prejudicou, já que eles também foram retirados dos cargos que ocupavam. Eles também argumentaram que o juízo de 1º grau não poderia homologar o acordo que foi feito entre MP e CBF.
Os desembargadores da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro consideraram de forma unânime que o acordo entre as duas entidades não era legítima, pois o MP , órgão público, não poderia interferir em questões internas da uma organização privada como a CBF. Assim, tomaram a decisão de depor Ednaldo e determinar a convocação de novas eleições.
A CBF considera ter sido vítima de golpe estruturado pelos ex-presidentes Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, que lideram a oposição a Ednaldo e ainda têm grande influência na entidade.