O julgamento do assassinato do jogador de futebol Daniel Corrêa entra, nesta quarta-feira (20/3), no terceiro dia, no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O jogador foi morto em 27 de outubro de 2018, após participar da festa de aniversário de Alana Brittes em uma casa noturna de São José dos Pinhais.
O júri popular começou na segunda-feira (18). No primeiro dia, foram ouvidas 13 testemunhas – duas sigilosas de acusação – e dois réus, Cristiana e Edison Brittes, pais de Alana. Na terça, foi a vez do depoimento de Alana Brittes e de mais quatro acusados da morte do jogador.
Mãe de Daniel, Eliana Corrêa está em São José dos Pinhais, acompanhando o julgamento. A família mora em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas. Ela rebate a acusação de Edison Brittes, de que o jogador teria tentado violentar a esposa dele, Cristiana Brittes. Nilton Ribeiro, advogado da família de Daniel, disse não haver prova de que Daniel estava em cima de Cristiana, como relata Edison.
“Muita angústia, mas confio na Justiça de Deus e dos homens. Tenho certeza que a Justiça do Paraná vai fazer o trabalho certo, e cada um vai ter o que merece. Calaram a voz dele. Ele está sendo acusado, mas não tem como se defender. É fácil acusar alguém que não tem a palavra mais”, afirmou Eliana.
Ela disse o que esperar do julgamento: “Espero a condenação de cada um pelo crime. O Daniel adorava viver, tinha loucura pela vida, pela família, pelo futebol, pela filha. Arrancaram isso dele, arrancaram ele de mim. Não tenho desejo de vingança de ninguém, espero que a justiça seja feita, para que sirva como exemplo”.
Caso Daniel
São sete os réus no caso do assassinato de Daniel.
Edison Brittes responde por homicídio qualificado, com agravante de motivo torpe, não possibilitar defesa da vítima e meio cruel. Ainda é acusado de ocultação de cadáver, coação do curso do processo e corrupção de menor.
Cristiana Brittes, responde por homicídio qualificado, por motivo torpe, corrupção de menor, coação do curso de processo e fraude processual.
A filha do casal, Allana, será julgada por fraude processual, coação do curso do processo e corrupção de menor.
Por homicídio triplamente qualificado, serão julgados David Willian Vollero Silva (ex-jogador que teria participado do crime); Eduardo Ribeiro da Silva e Ygor King, com os agravantes de motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel, além de ocultação de cadáver.
Já Evellyn Brisola Perusso será julgada por fraude processual.
A carreira de Daniel
Daniel surgiu para o futebol no Cruzeiro, mas estreou como profissional no Botafogo, em 2013. No alvinegro carioca, o meio-campista chamou atenção durante o Campeonato Brasileiro do ano seguinte, quando marcou cinco gols em 13 jogos.
Contratado pelo São Paulo em 2015 como promessa, Daniel não rendeu o esperado com a camisa tricolor. Tendo de conviver com muitos problemas físicos, o meia somou apenas 16 partidas oficiais pelo clube do Morumbi e não marcou gols.
Fora dos planos do time paulista, foi emprestado ao Coritiba em 2017, para ganhar ritmo de jogo. O que não aconteceu, pois logo sofreu uma tendinite no joelho direito, que já havia sido operado durante sua passagem pelo São Paulo.
Em seu retorno ao Tricolor do Morumbi, Daniel foi emprestado para a Ponte Preta em 2018, mas não agradou e acabou cedido ao São Bento-SP até o fim da Série B do Campeonato Brasileiro.
