A Confederação Brasileira de Futebol e o Ministério do Esporte se posicionaram sobre os casos de estupro envolvendo Daniel Alves e Robinho.
Em nota assinada pelo presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF ressaltou que as condenações “colocam um ponto final em um dos capítulos mais nefastos do futebol brasileiro”.
A entidade citou o passado dos jogadores pela Seleção Brasileira e disse que os homens precisam “estar na linha de frente” para combater qualquer tipo de violência contra as mulheres.
Leia a nota completa da CBF
“As condenações definitivas dos jogadores Robson de Souza e Daniel Alves colocam um ponto final em um dos capítulos mais nefastos do futebol brasileiro.
Os dois casos, que envolvem jogadores que foram estrelas da Seleção Brasileira de Futebol, um dos maiores ícones culturais do nosso país, não podem se encerrar com a condenação dos dois culpados.
É fundamental que a corajosa atitude das vítimas inspirem cada vez mais mulheres a não se calarem diante de barbaridades de tal ordem.
Mais do que isso: num ambiente em que o machismo impera, nós, homens, precisamos estar na linha de frente para combater não apenas a violência sexual, mas todo tipo de violência.
Já o Ministério do Esporte tratou os crimes cometidos pelos ex-atletas como “extremamente lamentáveis, inadmissíveis e imperdoáveis”.
A nota prega pela justiça para as vítimas dos crimes e enfatiza que o esporte deve ser um ambiente seguro para todas as mulheres.
O Ministério do Esporte ainda afirmou que continuará trabalhando para impedir casos envolvendo violência ou assédio sexual.
Nota do Ministério do Esporte
“O Ministério do Esporte expressa repúdio absoluto à violência sexual. Os casos envolvendo os ex-jogadores de futebol Robinho e Daniel Alves, que foram condenados por estupro, são extremamente lamentáveis, inadmissíveis e imperdoáveis.
Diante da gravidade dos crimes cometidos, a condenação dos envolvidos é um passo importante, proporcionando alguma forma de justiça às vítimas. A justiça deve ser aplicada de forma rigorosa e imparcial, garantindo que os culpados sejam responsabilizados por seus atos, sem concessões.
O esporte deve ser um ambiente seguro e inclusivo, especialmente para as mulheres. Educação, conscientização e políticas eficazes são essenciais para garantir este espaço acolhedor para todos.
O Ministério do Esporte continuará a trabalhar para fortalecer políticas e ações que contribuam para a prevenção e o combate à violência sexual, bem como para o apoio às vítimas e a construção de uma cultura de respeito e dignidade no esporte e na sociedade”.
Os casos de Daniel Alves e Robinho
Daniel Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão por estuprar uma jovem em uma boate de Barcelona no fim de 2022.
Na última quarta-feira, um tribunal espanhol autorizou a liberdade do ex-lateral-direito do Barcelona, que está em prisão preventiva há 14 meses, mediante o pagamento de fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões). O jogador, porém, ainda segue recluso.
Já Robinho foi condenado pela Justiça italiana a nove anos de prisão por estupro coletivo de uma mulher albanesa, em 2013, quando atuava pelo Milan.
Na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que Robinho cumprisse a pena no Brasil. Com pedido de habeas corpus negado, o ex-atacante do Santos foi preso pela Polícia Federal na noite de quinta-feira.
Daniel Alves e Robinho na Seleção Brasileira
Os jogadores tiveram carreiras longevas na Seleção Brasileira. Daniel Alves disputou as Copas do Mundo de 2010, 2014 e 2022, totalizando 126 jogos e oito gols. Já Robinho esteve nos Mundiais de 2006 e 2010, com 29 gols em 102 partidas.
Por clubes, o lateral-direito construiu trajetória longeva no Barcelona (408 jogos e 22 gols), além de defender Sevilla, Juventus e Paris Saint-Germain no futebol europeu. Já o atacante começou a carreira no Santos e esteve a serviço de Real Madrid, Milan e Manchester City no Velho Continente.
