A Federação Alemã de Futebol (DFB) anunciou, nessa segunda-feira (1º/4), que o número quatro da camisa da Seleção da Alemanha será redesenhado para evitar alusão ao nazismo.
No mesmo dia, a Adidas, marca de materiais esportivos que assina o design dos uniformes, já havia informado que vetaria a personalização das camisas com o número 44, pela similaridade da tipografia da fonte com a sigla SS, abreviação de Schutzstaffel (Esquadrão de proteção, em português), organização paramilitar que atuava como “polícia paralela” do regime nazista e foi diretamente responsável pelo Holocausto.
Camisa da Alemanha personalizada com o número 44Foto: Reprodução/Adidas (site)
Camisa da Alemanha personalizada com o número 44Foto: Reprodução/Adidas (site)
Símbolo da Schutzstaffel, polícia paralela do regime nazista de Hitler Foto: Domínio público
Símbolo da Schutzstaffel, polícia paralela do regime nazista de Hitler Foto: Domínio público
Veja o comunicado publicado pela DFB
“Seguem informações à comunidade sobre o desenho da camisa: a DFB verifica os números 0-9 e depois submete os números 1-26 à apreciação da UEFA. Nenhuma das partes envolvidas viu qualquer proximidade com o simbolismo nazista no processo de criação do design da camisa. No entanto, levamos os comentários muito a sério e não queremos criar uma plataforma de discussão. Juntamente com o nosso parceiro 11teamsports, iremos desenvolver um design alternativo para o número 4 e discutí-lo com a UEFA.”
Entenda a importância da SS na Alemanha Nazista
Pouco depois de assumir o cargo de chanceler (chefe de governo, à época) da Alemanha, em 1933, Hitler elevou a Schutzstaffel de organização paramilitar a polícia paralela do Estado.
A partir daí, a SS, criada pelo Partido Nazista em 1923, passou a ter papel decisivo no país. A instituição era responsável pelo controle da população, pela perseguição (e assassinato) de opositores e pela aplicação das doutrinas nazistas de “purificação de raça”, coordenando assassinatos em massa de judeus, ciganos, homossexuais e integrantes de várias minorias sociais.
A Schutzstaffel comandava os campos de concentração e extermínio da Alemanha Nazista, e, portanto, foi uma das principais executoras do Holocausto. Na Segunda Guerra Mundial, a “polícia paralela” se expandiu para além das dependências da Alemanha, e atuou nos territórios ocupados pela ditadura de Hitler durante os conflitos: parte da União Soviética, parte da Noruega, da Grécia e da França.
Em 1945, com o colapso do regime de Hitler, a SS foi dissolvida. No ano seguinte, Ernst Kaltenbrunner, principal líder da organização, foi condenado à morte após os Julgamentos de Nuremberg, organizados para julgar oficiais da Alemanha Nazista, o considerarem culpado de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Ele foi executado no mesmo ano.
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