De um lado, o conformismo de que a morte é o destino certo de todos os seres humanos. Do outro, a esperança na recuperação. É assim que o jornalista PVC encara o estado de saúde do companheiro Antero Greco, hospitalizado em São Paulo por causa de um tumor cerebral.
“Eu tenho uma relação com a morte muito distante de mim, felizmente. Talvez por isso eu consiga lidar até hoje com o entendimento de que é uma passagem, que a gente vai ter que ficar aqui um tempo e morrer”. Foi dessa forma que PVC introduziu o desabafo acerca de Antero Greco, em entrevista ao Futeboteco.
Apesar do quadro clínico delicado, o jornalista de 67 anos está vivo e recebendo suporte na unidade semi-intensiva do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo.
Emocionado, PVC disse que evita pensar o pior sobre o amigo e colega de profissão.
O professor Pasquale Cipro Neto foi visitá-lo no sábado e saiu de lá contando que conversou no dialeto napolitano, e o Antero abriu os olhos e balbuciou sons. E aí o professor falou “Quem sabe, San Gennaro”. Então, eu estou com o professor
PVC sobre Antero Greco em entrevista ao Futeboteco
San Gennaro
San Gennaro, ou São Januário, nasceu em Napoles, na Itália. Vítima do Império Romano, foi perseguido e condenado à morte no ano 305. O santo é conhecido por um milagre: a liquefação do sangue, ou seja, a passagem do estado sólido para o líquido.
Quando o milagre não ocorre, os fiéis se preocupam e entram em estado de alerta. Em alguns anos marcantes para a história do planeta, o sangue de San Gennaro não se liquefez, como em 1939, ano do início da Segunda Guerra Mundial, e em 1973, quando uma epidemia de Cólera atingiu Napoli.
Por vezes, Antero Greco mencionou o santo em textos. Descendente de italianos, o jornalista faz questão de abarcar a cultura do país europeu nas produções. No ano passado, por exemplo, quando o Milan eliminou o Napoli nas quartas de final da Liga dos Campeões, o jornalista puxou a atuação do santo no título: “San Gennaro não faz milagre. E o Milan acaba com o sonho do Napoli na Champions League”.
Em 2020, quando Antero Greco comentou a influência e a idolatria de Maradona no Napoli, também citou o santo: “Não houve outro lugar, no mundo, que mais se identificou com Maradona, e vice-versa. Não foi por acaso que Dieguito virou lenda, mito, astro, rei para os napolitanos. Deve ter provocado até um certo ciúme em San Gennaro”.
“Uma pessoa que tem 67 anos de idade. É muito jovem. E teve uma coisa que absolutamente nenhum de nós quer ter, que é um tumor no cérebro. Mas isso pode acontecer com qualquer um. Ninguém tem culpa, Antero não bebe, não fuma”, completou PVC.
