FUTEBOL INTERNACIONAL

Time de futebol LGBT anuncia entrada em competição oficial na Espanha

No mês do orgulho, o Rinos Fútbol Club, da Espanha, deu passo importante para a luta LGBT - time estará na divisão espanhola
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Em um cenário machista, homofóbico e muitas vezes opressor, os jogadores do Rinos Fútbol Club, da Espanha, deram passo importante para a história do futebol masculino. Na contramão do preconceito, a equipe LGBT será a primeira a competir em nível nacional pela Liga Espanhola.

O time estará na Terceira Divisão Andaluzia, na região Sul da Espanha. A competição equivale ao oitavo escalão do futebol no país.

O Rinos foi fundado em 2020, em Granada, na região Sul da Espanha, durante a pandemia de Covid-19. Na época, um grupo de amigos se juntou para montar um time LGBT para jogar futebol de forma amadora. No início, o time contava com apenas cinco jogadores. Contudo, o número aumentou e a ideia de dar seguimento profissional ao time surgiu.

O que no começo parecia uma ideia ousada e até utópica se transformou em um time com diversidade. Os mais de vinte jogadores têm diferentes orientações sexuais. O ‘lema’ da equipe é trazer a representatividade, inclusão e aceitação no esporte em que a homofobia ainda persiste.

Presidente e jogador do clube, José María River chegou a atuar pelo Motril, time da quinta divisão da Espanha. Ele relatou que o preconceito apareceu logo depois que se assumiu bissexual, aos 16 anos.

“Reuni algumas pessoas, as que eu mais confiava, e me assumi. No início me disseram que estava tudo bem, mas durante o treino comecei a perceber como me deixavam sozinhos e também percebi os comentários, os olhares, a tensão. O futebol era uma das minhas paixões e comecei a odiá-lo. Até me senti desajeitado, parecia que tinha deixado de saber jogar. E eu me afastei dele”, disse ao jornal catalão Sport.

A ideia de fundar um time LGBT surgiu anos depois. ” O Rinos nasceu com esperança, força e entusiasmo para quebrar as barreiras e clichês que cercam o coletivo em torno do futebol. A luta contra a LGTBfobia neste esporte. Viemos para ficar e fazer muita ‘guerra'”, falou, em entrevista ao portal Shangay.

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