A 14.610 quilômetros de distância do Brasil, do outro lado do mundo, um técnico de futebol brasileiro entrou para a história de um país sem tradição no esporte e que tem população menor que 81 cidades brasileiras.
Juliano Schmeling, de 44 anos, construiu a carreira de treinador na Oceania e, nessa quinta-feira (28/6), alcançou feito histórico: levou a modesta Seleção de Vanuatu, país composto por 80 ilhas que tem 326.740 habitantes, à inédita final da Copa das Nações do continente após vitória por 2 a 1 sobre o Fiji na semifinal, no Estádio Freshwater, em Port Vila, capital vanuatuense.
Na grande decisão, a equipe comandada pelo técnico brasileiro vai enfrentar a Nova Zelândia, grande favorita e maior campeã da história da competição, com cinco títulos. O jogo será neste domingo (30/6), às 1h, no Estádio Freshwater, e terá transmissão gratuita do Fifa+.
Quem é Juliano Schmeling?
Nascido no Rio Grande do Sul, Juliano iniciou a carreira de treinador no futsal. Em 2003, com apenas 23 anos, assumiu o cargo de técnico da Associação Atlética Veranópolis, equipe gaúcha onde permaneceu por oito anos, entre 2003 e 2011. Entre 2004 e 2011, ele também treinou o time de futsal do Veranópolis Esporte Clube Recreativo e Cultural.
Em 2014, aos 34 anos, Schmeling se credenciou pela Fifa como treinador de futsal e, no mesmo ano, assumiu como diretor técnico da Gold Academy, em Queensland, Austrália. Era a primeira experiência profissional dele na Oceania, continente onde trabalha há uma década.
No ano seguinte, o brasileiro assumiu o cargo de técnico da Seleção das Ilhas Salomão no futsal, onde permaneceu até 2016, e do Marist FC, time localizado no país que foi treinado por ele até o final de 2017.
No ano seguinte, Juliano tornou-se treinador da Kiwi Gold Academy, academia que atua na Nova Zelândia. Ele ocupa a função até hoje.
Em 2021, Schmeling assumiu como consultor de futsal na Confederação de Futebol da Oceania.
A primeira experiência registrada do técnico brasileiro no futebol de campo foi em 2023, quando foi contratado para treinar o Palmerston North Marist, time amador da Nova Zelândia. Lá, Juliano permaneceu até junho de 2024, quando assumiu a Seleção de Vanuatu para a disputa da Copa das Nações da Oceania. Em menos de um mês no cargo, o gaúcho já fez história, e agora busca o inédito título da competição.
A campanha já é a melhor da equipe vanuatuense na história do torneio. Antes, a melhor colocação havia sido o quarto lugar – em 1973, 2000, 2002 e 2008.
