Os jogadores do Caracas, da Venezuela, decidiram chutar para fora todos os chutes da disputa de pênaltis contra o Deportivo Táchira, pela quinta rodada do Campeonato Clausura, no Estádio Polideportivo de Pueblo Novo, em San Cristálbal. O goleiro, Wilker Fariñez, deixou entrar todas as batidas do adversário, que ganhou por 3 a 0. O inusitado acontecimento foi em protesto pela anulação do gol que daria a vitória à equipe nos minutos finais do tempo normal da partida.
A situação, no entanto, torna-se menos absurda ao se entender o contexto por trás dela: a disputa de pênaltis, na verdade, não valia nada. Entenda por que.
Neste ano, o Campeonato Venezuelano inaugurou a Copa Rei de Marcas. O torneio institui que, após cada partida, independente do resultado, haja uma decisão por penalidades amistosa. O vencedor não ganha nada além de um troféu simbólico, que é entregue pela patrocinadora que dá nome à competição.
Entenda a revolta do Caracas
Os times empatavam em 1 a 1 até os 53 minutos do segundo tempo, quando, no apagar das luzes, o Caracas marcou gol que sacramentaria a vitória. No entanto, o tento foi anulado por impedimento após revisão do VAR.
A equipe caraqueña, no entanto, não se convenceu mesmo após ver as linhas traçadas pelo árbitro de vídeo – o lance era milimétrico, portanto, as dúvidas não foram totalmente sanadas. Os atletas se revoltaram – dois deles, o meia panamenho Everardo Ernesto e o lateral-esquerdo venezuelano Renné Rivas, foram expulsos por reclamação.
Por isso, assim que houve o apito final, antes do início da disputa de pênaltis, os jogadores do Caracas decidiram errar todos os chutes em protesto pela decisão da arbitragem.