FUTEBOL INTERNACIONAL

Companheiro de Izquierdo se despede: ‘Sentirei sua falta para sempre’

Mateo Antoni, de 21 anos, postou uma mensagem comovente nas redes sociais em homenagem ao seu companheiro de time, morto nessa terça-feira (27/8)
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O jovem defensor Mateo Antoni, de 21 anos, postou uma carta comovente em homenagem ao seu companheiro de time Juan Manuel Izquierdo, morto nessa terça-feira (27/8).

Izquierdo, de 27 anos, estava internado no Hospital Albert Einstein desde a última quinta (22), quando sofreu uma arritmia cardíaca durante derrota do Nacional-URU por 2 a 0 para o São Paulo, no Morumbis, pelas oitavas de final da Copa Libertadores.

Antoni era parceiro de zaga de Izquierdo. Ambos compartilharam muitos momentos nos últimos meses e formaram uma grande amizade.

“Um ano e meio. Faz um ano e meio que te conheço e desde o primeiro dia você sempre foi uma pessoa incrível para mim”, iniciou Antoni.

“Você me ajudou, me aconselhou, me apadrinhou, me exigiu, me xingou, me abraçou, me fez rir. Fez tantas coisas que não consigo descrever a pessoa excelente que você foi para mim”, acrescentou.

“Vou sentir sua falta para sempre, meu querido amigo”, encerrou.

Leia a carta na íntegra

Um ano e meio. Faz um ano e meio que te conheço, e desde o primeiro dia você sempre foi uma pessoa incrível para mim.

Você me ajudou, me aconselhou, me apadrinhou, me exigiu, me xingou, me abraçou, me fez rir. Fez tantas coisas que não consigo descrever a pessoa excelente que você foi para mim.

Eu poderia dizer tantas coisas sobre você.

Um ano e meio em que todos os dias, pré-jogo, eu chegava ao quarto perto das 00h e você já estava lá, com aquele ronco que se ouvia do corredor, e sim, se você soubesse quantas vezes eu te xinguei internamente. E no dia seguinte, quando nos levantávamos perto das 11h sem nem mesmo tomar café da manhã, ligávamos o futebol uruguaio e, naquele mesmo instante, você começava a fazer videochamadas com aquela menina linda e com sua esposa, aquela família que você mencionava em todas as conversas, que você aludia ao fato de que saía para “comer a cancha” só por elas duas. Você nos fazia lembrar que nada importava mais do que a família e que era necessário dar tudo por ela.

Seguindo nossa rotina, almoçávamos e geralmente dormíamos a sesta, depois levantávamos na hora certa e íamos para o jogo.

Jogo em que também estávamos juntos, como companheiros de defesa. Quantas lembranças juntas.

O que eu vou levar para a vida toda é que eu sei que sempre vou estar cuidando das suas costas porque sei que você vai estar cuidando das minhas.

E como você me disse antes de sair para o último jogo juntos: “Calma, ñery, somos irmãos ou o quê?”.

Como não vou ser seu irmão se hoje sou quem sou em parte graças a você também?

Vou sentir sua falta para sempre, meu querido amigo.

Mateo Antoni

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