Matheus Brum/Especial para o EM – A Justiça aceitou na noite desta segunda-feira (10/12) o pedido de recuperação judicial do Tupi, protocolado em novembro. A decisão assinada pela juíza Maria Cristina de Souza Trulio suspende leilões e penhoras por seis meses, enquanto o clube de Juiz de Fora trabalha para reorganizar suas finanças e evitar a falência.
Além da suspensão da dívida, o Tupi terá 60 dias para apresentar o Plano de Recuperação Judicial, que passará por aprovação dos credores antes de começar a ser executado. O administrador judicial será um escritório de advocacia de Belo Horizonte.
A Recuperação Judicial foi a última medida adotada pela diretoria do Galo Carijó para buscar reerguer o clube mais tradicional da Zona da Mata Mineira. Caso a RJ não seja cumprida, o clube irá à falência, com a venda de todos os ativos para pagar os débitos.
Com dívidas superiores a R$ 20 milhões, o Tupi tenta reverter quase uma década de déficits financeiros. Segundo o pedido de recuperação judicial, as principais causas da crise são “a pandemia de covid-19 e práticas ruins de dirigentes”.
Do ápice à Segundona Mineira
Fundado em 1912, o Tupi viveu seu auge na última década, conquistando a Série D do Campeonato Brasileiro em 2011 e alcançando a Série B em 2016. No entanto, problemas administrativos levaram o clube a um declínio financeiro e esportivo.
Em 2025, o Tupi disputará a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro (terceiro escalão do futebol no estado), mas enfrenta incertezas sobre a viabilidade de participar da competição.
O Estádio Salles de Oliveira, avaliado em mais de R$ 15 milhões, é apontado como uma das principais fontes de recursos no processo de recuperação. Entretanto, grande parte dos bens do clube está atrelada a disputas judiciais, o que limita sua utilização.
Tupi quer virar SAF
Além do pedido de recuperação judicial, o Tupi busca a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A proposta, aprovada pelo Conselho Deliberativo, está em negociação com a Magnitude Investimentos, do Rio de Janeiro.
Apesar de entraves em cláusulas do contrato, a diretoria mantém otimismo de que o acordo será firmado.