
Ex-lateral-direito do Atlético, Coelho relembrou a agressão ao então atacante do Cruzeiro Kerlon, no Mineirão, em clássico pelo Campeonato Brasileiro de 2007. Na ocasião, o jogador do Galo acertou uma cotovelada no rival depois do chamado ‘drible da foca’ – controlava a bola na cabeça enquanto caminhava para a grande área adversária.
“Foi um jogaço: 2 a 0 Cruzeiro; 3 a 2 Atlético; 4 a 3 Cruzeiro. Mineirão meio a meio, lindo. Era maravilhoso. Já estava 4 a 3 para o Cruzeiro. Ele entrou. Fui bater um lateral e falei para ele: ‘Se colocar a p**** da bola na cabeça, vai dar ruim’. Ele disse: ‘Não, Coelho. Máximo respeito’. Quando ele disse aquilo, sabia que ia dar m****”. Ele ia botar a bola na cabeça”, iniciou Coelho, em entrevista ao Charla Podcast, nessa terça-feira (21/1).
“Era uma jogada de escanteio, eu saí da minha posição e falei: ‘Ele é meu’. Quando ele botou a bola na cabeça, a primeira coisa que veio na minha cabeça era soltar o braço, dar um soco de frente. Aí eu dou nele, começa uma confusão, tento levar um jogador do Cruzeiro comigo, e o juiz me tira”, contou o ex-jogador, que se surpreendeu com a reação da torcida do Atlético na sequência.
“Eu saio em sentido à Galoucura, que começa: ‘Ê, ô, ê, ô, o Coelho é o terror’. Então, os caras gostaram”, acrescentou Coelho, aos risos.

‘Matador de foca’
Coelho contou que percebeu a proporção do caso logo no dia seguinte ao clássico. O ex-lateral afirmou que é benquisto até hoje pelos torcedores do Atlético e ganhou o apelido de ‘matador de foca’ devido à cotovelada em Kerlon.
Segundo Coelho, atleticanos gratos pela jogada não o deixavam pagar contas em Belo Horizonte.
“Depois do jogo, tive uma discussão com alguns jogadores no vestiário e me deram dois dias de folga, porque eu estava nervoso. Depois, quando vou ao posto, peço para completar o tanque e pergunto o valor. O cara me respondeu: ‘Aqui você não paga. Depois de domingo, aqui você não paga’. Fui a um restaurante: ‘Aqui você não paga’. Táxi: ‘Aqui você não paga’. Foi quase um ano. O torcedor atleticano é completamente alucinado. Eu não queria mais sair de lá”, disse.
“Depois de um tempo, fui para Turquia, voltei, e me chamaram de ‘matador de foca’. As minhas três filhas são atleticanas alucinadas. Eles lembram disso até hoje. Ninguém lembra que o Cruzeiro ganhou o jogo e eu fiz um monte de gols e assistências naquele ano. Todos só lembram do ‘matador de foca’. Eu sou apaixonado por essa torcida. BH é demais”, concluiu.
Pela agressão a Kerlon, Coelho recebeu uma suspensão de 120 dias do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Posteriormente, a punição foi revertida para afastamento por cinco jogos.
Coelho no Atlético
Em três passagens pelo Atlético, Coelho disputou 91 jogos e marcou 13 gols. Com a camisa alvinegra, ele conquistou dois títulos do Campeonato Mineiro, em 2007 e 2010.
Revelado pelo Corinthians, Coelho também passou por Bologna-ITA, Kardemir Karabük-TUR, Bahia, Guaratinguetá e Atlético Sorocaba durante a carreira.
Kerlon no Cruzeiro
Revelado na categoria de base celeste, Kerlon estreou pelo profissional do Cruzeiro em 2005. Pelo clube, disputou 44 jogos, marcou um gol e conquistou o Campeonato Mineiro de 2006.
Em 2008, ele foi vendida à Internazionale, mas não chegou a jogar pelo clube de Milão. Com a carreira atrapalhada por diversas lesões, Kerlon também passou por Ajax-HOL, Paraná, Nacional-MG, Fujieda-JAP, Weymouth Wales-GAL, Miami Dade-EUA, Sliema Wanderers-MAL, Villa Nova e Spartak Trnava-ESL.
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