Ídolo do Corinthians, o ex-zagueiro paraguaio Carlos Gamarra, de 54 anos, desdenhou do atacante Luighi, jogador sub-20 do Palmeiras que foi alvo de racismo.
O atleta brasileiro caiu em lágrimas ao ser atacado por torcedores do Cerro Porteño, no Paraguai, no jogo contra o Palmeiras pela Copa Libertadores Sub-20, na última semana.
‘Geração muito sensível’
Ao repercutir o caso com comentaristas paraguaios na Rádio Ñandutí, nesta semana, Gamarra relativizou o caso de racismo ao afirmar que Luighi representa uma “geração muito sensível”. Além disso, o ídolo do Corinthians insinuou que falta caráter ao jovem do Palmeiras.
“Eu vi as imagens, houve uma provocação do jogador e uma reação lógica do torcedor. Para jogar futebol, você tem que ter caráter. Não dá para chorar porque fizeram um gesto para você. É uma geração muito sensível”, disse.
“Sempre tive companheiros de equipe negros no Brasil e eles nunca saíam do campo chorando porque eram xingados. Nós mesmos os chamávamos de ‘negão’ e não acontecia nada, era normal”, completou.
Gamarra ídolo do Corinthians
Gamarra começou a carreira justamente no Cerro Porteño, em 1991. No Brasil, ele vestiu primeiro a camisa do Internacional, entre 1995 e 1997, antes de fazer história no Corinthians.
Pelo Timão, o então zagueiro disputou 80 partidas e conquistou o título do Campeonato Brasileiro de 1998 ao lado de outros ídolos como Marcelinho Carioca, Vampeta, Rincón, Amaral, Sylvinho e Edílson. O time campeão do Corinthians foi comandando por Vanderlei Luxemburgo e superou o Cruzeiro na final.
O ex-jogador também fez história na Seleção do Paraguai. Na Copa do Mundo de 1998, na França, Gamarra recebeu o prêmio de melhor defensor da competição. A equipe avançou até as oitavas de final e foi eliminada pelos anfitriões, que conquistaram o título na fatídica final contra o Brasil.
Apesar da relação histórica com o Corinthians, Gamarra também defendeu o Palmeiras entre 2005 e 2006, antes de encerrar a carreira no Olimpia, em 2008.