Em entrevista ao UOL, a jornalista Bárbara Coelho abriu o jogo sobre a saída da Globo e o acerto com a CazéTV. Ela disse que foi comunicada que o Esporte Espetacular passaria por mudanças. Primeiro, ofereceram a ela o cargo de comentarista. Depois, a emissora carioca informou que ela comandaria um programa no SporTV ao lado do ex-jogador Denílson.
“Num primeiro momento eu pedi para pensar, porque achei que poderia ser uma boa oportunidade. Depois de um tempo, sinalizei que não era esse o caminho que eu gostaria de seguir, porque acho que ser comentarista me segmentaria mais ainda. Já sou do esporte, já pertenço a esse segmento que eu amo, é a minha paixão, mas gosto do fato de conseguir jogar nas 11. Sou apresentadora, comentarista, repórter e posso sentar e escrever, como já fiz inúmeras vezes”, explicou a jornalista.
Sobre o programa com Denílson, ela disse: “Eu já imaginei que esse programa seria a maior resenha. O Denílson é muito popular, talentoso e muito capaz. Mas depois a gente pensou em outros produtos para eu ficar à frente e não chegamos a um acordo”.
Bárbara pediu demissão da Globo e acertou com a CazéTV. Empolgada com o novo desafio, ela vai estrear no dia 30 de março.
“Existe uma nova maneira de consumir conteúdo que é na palma das mãos, no celular o tempo inteiro. As pessoas estão ali não só com as lives, com os programas ao vivo, mas com os recortes. Preciso me comunicar com esse público que quer ver o programa ali na hora que acontece, porque é quente, mas que também estar em contato comigo em outros momentos do dia, também com conteúdo. Vou precisar exercitar esse lugar que é a internet para que as pessoas possam me conhecer um pouco mais”, disse a jornalista que tem o Cazé como uma de suas principais referências atualmente.
“O Casimiro sabe se expressar como poucos, principalmente com esse público da internet. Ele tem uma aceitação bizarra, que é tão difícil na nossa profissão. Tenho muito o que aprender com ele. Quero ter um diálogo aberto, que ele possa se sentir à vontade em me dar toques. Eu amo aprender e isso é um mérito, modéstia à parte. Para dar certo na nova casa, tenho muito o que aprender e estou disposta”, concluiu Bárbara.
Morte da mãe
Nesse processo de mudança, Bárbara perdeu a mãe. Maria Inês Pandolfi Coelho descobriu câncer no fígado em estágio avançado e morreu no dia 24 de fevereiro. Mesmo com quimioterapia agressiva, a doença não regrediu.
“E aí ela falou que preferia não fazer mais nenhum tipo de tratamento. Foi a coisa mais difícil que ouvi em toda a minha vida, mas assim como ela sempre me apoiou nas minhas decisões mais difíceis, eu e meu irmão também apoiamos a decisão dela naquele momento, o que para nós era um atestado de que a perderíamos em pouco tempo”, contou Bárbara.
“Minha mãe se abriu sobre coisas muito sensíveis a respeito da vida dela. A gente se deu as mãos, e ela falou que não queria que a gente sofresse, queria que a gente se apoiasse, seguisse juntos como sempre foi. Nós sofremos, mas a passamos a entender. Nenhum desespero ou tempestade em copo d’água contribuiria com aquele tempo de qualidade teríamos com ela nas últimas semanas. Isso não diminui em nada a nossa dor e nem nos torna melhores ou piores, mas encontramos uma força que eu nem sabia que tinha”, descreveu Bárbara.