Três dias depois de a Justiça da Espanha rever a condenação do ex-jogador brasileiro Daniel Alves por estupro e absolvê-lo, Joana Sanz, esposa do jogador, anuncia gravidez.
A modelo, de 32 anos, está casada com Daniel Alves desde 2017 – os dois se conheceram em 2015.
Na rede social Instagram, ela postou um longo depoimento, contando sobre o processo para engravidar. Disse ter passado por procedimentos de fertilização in vitro, sofrido abortos espontâneos e outras dificuldades até a confirmação da gestação.
“Eu não queria compartilhar nada até que fosse mais do que evidente, mas quis compartilhar pelas que estão na luta”, escreveu Joana Sanz, junto com um vídeo.
Ela iniciou o relato dizendo que, mais jovem, não tinha o “instinto maternal”, o que mudou com o tempo: “Desde os 22 anos, tive de lidar com perguntas do tipo ‘quando nasce o bebê’… Pressão social assustadora. Nunca tive um instinto maternal, aquele desejo de ter filhos ou de gostar de carregar o bebê de alguém. Com o passar dos anos, meu grupo de amigas teve bebês, e as mídias sociais ficaram cheias de nascimentos (acho que isso é coisa da idade)”.
Segundo Joana, a ideia de ter filho ganhou força há cinco anos, embora ela sentisse medo: “Há cinco anos, abordei a ideia de ser mãe com muito medo. Medo porque um ser humano dependerá de mim para sobreviver, medo de não trabalhar, medo de me perder como mulher… Mas isso é outra história”.
A modelo contou, então, sobre as dores e frustrações ao longo da caminhada até a gravidez se confirmar: “O que eu estava tentando dizer é que uma mulher saudável de 27 anos de idade teve duas fertilizações in vitro, três abortos espontâneos e, finalmente, uma operação de trompas, além do aparecimento de endometriose. Passei por todos os tipos de testes ao longo dos anos, com embriões que eram divinos, e não consegui encontrar uma razão para nada. A frustração e o motivo pelo qual ‘todo mundo’ engravida como num passe de mágica me atormentavam”.
A perda da mãe, três dias antes de Daniel Alves ser preso pela acusação de estupro, foi um dos fatores que a fizeram refletir sobre ter filhos: “No momento em que perdi minha mãe há dois anos, não tenho pais nem irmãos, a sensação de orfandade e vazio me acompanharam até o dia em que ouvi o coração do meu bebê pela primeira vez. Meu último embrião congelado, minha última esperança de ter um motivo para ser forte na vida. Aqui está ela, saudável e crescendo. E sei que foi minha mãe que a enviou para mim, para que eu nunca mais me sentisse sozinha, para que eu pudesse esperar pela vida e ter esse arco-íris cheio de amor depois de uma tempestade como essa”.
Caso Daniel Alves
O Tribunal de Justiça da Catalunha, na Espanha, anulou a condenação de Daniel Alves por agressão sexual, revertendo a decisão anterior que o sentenciava a quatro anos e meio de prisão.
A reviravolta no caso trouxe à tona questões cruciais sobre o julgamento. A seção de apelações, composta por três magistradas e um magistrado, decidiu por unanimidade que o testemunho da vítima não foi suficiente para sustentar a condenação de Daniel Alves.
O principal argumento do tribunal foi que a avaliação da primeira instância apresentou “lacunas, imprecisões, incoerências e contradições”, comprometendo a fundamentação da sentença.
A sentença que absolve Daniel Alves não é definitiva, pois cabe recurso no Tribunal Supremo, última instância da Justiça espanhola.
