Esporte na Mídia

ESPN afasta jornalistas após programa com críticas à CBF; o que sabemos sobre o caso

ESPN afastou seis jornalistas que participaram da edição do programa Linha de Passe dessa segunda-feira (7/4)

A ESPN Brasil afastou do trabalho os jornalistas que participaram da edição dessa segunda-feira (7/4) do Linha de Passe. O programa debateu as denúncias publicadas pela revista Piauí sobre irregularidades na gestão de Ednaldo Rodrigues na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Os profissionais afastados foram Dimas Coppede (editor-chefe), William Tavares (apresentador), Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida e Victor Birner (comentaristas). 

Conforme apurou o No Ataque, nesta quarta-feira (9/4), a ESPN informou internamente que o afastamento dos jornalistas não teria tido influência da CBF. 

A suspensão vigorou por apenas um dia. Os jornalistas foram chamados para conversa e explicações com a diretoria do canal esportivo.

A emissora do Grupo Disney alega não ter sido devidamente comunicada sobre o tema do Linha de Passe e considerou o programa uma ‘edição especial’. 

Segundo fonte ligada à emissora, pela complexidade do tema, a ESPN afirmou que priorizaria a divulgação de um ‘Linha de Passe especial’ durante a grade de programação e intervalos comerciais.

Com a ausência do sexteto, o Linha de Passe dessa terça-feira (8/4) teve André Pilhal na apresentação e André Kfouri, Breiler Pires, Eugênio Leal e Leonardo Bertozzi como comentaristas.

A ESPN deve se pronunciar oficialmente ainda nesta quarta-feira.

Denúncias contra presidente da CBF

No início deste mês, Piauí divulgou a matériaCoisas extravagantes, uma radiografia da gestão de Ednaldo Rodrigues na CBF‘, assinada pelo repórter Allan de Abreu.

A matéria informa que a CBF aumentou os salários dos presidentes das federações estaduais de R$ 50 mil para R$ 215 mil – reajuste de 330%.

Ednaldo Rodrigues foi reeleito presidente da CBF por mais quatro anos de mandato no dia 24 de março. Candidato único, ele conquistou 100% dos votos das federações estaduais e dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Ídolo do futebol mundial, Ronaldo chegou a se candidatar, mas optou por se retirar da disputa, pois não conseguiu interlocução com as federações.

Outras denúncias da Piauí

De acordo com a revista, durante a Copa do Mundo do Catar “só as despesas extras da mulher do presidente da CBF na hospedagem bateram em 37 mil reais”.

Além dela, um grupo de 49 brasileiros usufruiu de mordomia durante o último Mundial, com tudo pago pela CBF.

“Muitos tiveram atendimento vip na chegada ao Aeroporto Internacional de Doha, alguns voaram de primeira classe e pelo menos um ganhou cartão corporativo para gastar livremente até 500 dólares por dia (2,5 mil reais). Tudo à custa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a mais alta entidade do futebol nacional, embora nenhum dos 49 tivesse relação direta com a confederação ou as federações estaduais”, diz a revista.

A reportagem da Piauí ainda detalha as extravagâncias de Ednaldo Rodrigues no comando da CBF: das despesas com parlamentares aos gastos milionários com advogados estrelados, além da contratação de garotas de programas para atender convidados em viagens.

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