O jornalista Mauro Cezar Pereira comentou o indiciamento de Bruno Henrique, do Flamengo, pela Polícia Federal (PF). O jogador de 34 anos é acusado de estelionato por supostamente ter forçado cartões para beneficiar apostas de familiares.
Em coluna publicada no Uol Esporte, nesta quarta-feira (16/4), Mauro usou um bordão do atacante – ‘outro patamar’ – para projetar um desfecho pesado do caso.
O suposto envolvimento de Bruno Henrique em ações com intuito de beneficiar apostadores é espantoso. Custa a crer, partindo da ideia de que são autênticos os diálogos vistos nos prints de WhatsApp divulgados pela Polícia Federal”, iniciou o comentarista.
“Sim, suposto, porque ele tem direito à sua versão, embora as evidências façam defendê-lo parecer missão quase impossível. São diálogos mais do que comprometedores. Supera os limites do absurdo alguém tão bem remunerado se envolver nisso. E por tão pouco, proporcionalmente”,acrescentou.
“Se Bruno Henrique não provar inocência, a punição terá de ser exemplar. Para ele e qualquer um outro. E se ficar comprovado o seu envolvimento, terá sido uma tolice gigantesca, uma tolice de outro patamar”, concluiu Mauro.
Indiciamento de Bruno Henrique
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal ao lado de familiares pela suposta participação em um esquema de apostas esportivas.
A investigação gira em torno de um cartão amarelo recebido pelo jogador na partida contra o Santos, em 1º de novembro de 2023, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Para chegar à conclusão, a PF analisou diversas mensagens trocadas no WhatsApp entre Bruno Henrique e o irmão, Wander Nunes Pinto Júnior.
No dia 29 de agosto, pouco mais de dois meses antes de o Flamengo enfrentar o Santos, o atacante foi perguntado por Juninho se estava com dois cartões amarelos no Brasileirão.
Ao responder que sim, Bruno Henrique avisou ao irmão que tomaria o terceiro amarelo justamente contra o Peixe. Wander, então, fez planos de “guardar o dinheiro do investimento”. O atleta tomou o amarelo por falta cometida em Soteldo e o vermelho por xingar o árbitro Rafael Rodrigo Klein. O Flamengo perdeu para o Santos por 2 a 1, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Retorno em apostas
De acordo com informações do Metrópoles, Wander Junior (irmão de Bruno Henrique), Ludymilla Araújo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima) tiveram retornos em apostas feitas em Flamengo x Santos.
Os três aplicaram R$ 380,86 e receberam R$ 1.180,67. Ludymilla ainda efetuou uma segunda aposta, de R$ 500, e embolsou R$ 1.425,00.
O segundo núcleo de apostadores, conforme a PF, é formado por amigos de Wander: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos.
Fraude e estelionato
O ge.globo informou que Bruno Henrique e o irmão foram indiciados por estelionato e pelo artigo 200 da Lei Geral do Esporte – fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. As penas máximas para os crimes são de cinco e seis anos de prisão.
Bruno Henrique no Flamengo
No Flamengo desde 2019, Bruno Henrique soma 101 gols em 293 jogos oficiais. O atacante nascido em Belo Horizonte se tornou um dos grandes ídolos recentes da torcida rubro-negra.
Com a camisa do Mengão, Bruno tem 15 títulos: Campeonato Carioca (2019, 2020, 2021, 2024, 2025), Supercopa do Brasil (2020, 2021, 2025), Copa do Brasil (2022, 2024), Campeonato Brasileiro (2019, 2020), Copa Libertadores (2019, 2022) e Recopa Sul-Americana (2020).
