
Depois de relatar “condições desumanas” na Turquia, onde vive desde janeiro, quando se tornou jogadora do Golbasi, a atacante Jéssica Beiral recebeu notícia animadora neste domingo (20/4).
Em republicação de uma mensagem do perfil Arquibancada Feminina no Instagram, a atleta informou que o presidente do clube acertou a compra de uma passagem aérea para ela regressar ao Brasil. A embaixada brasileira em Istambul auxiliou no acordo entre a jogadora e o clube local.
“Hoje, o presidente do clube apareceu onde Beiral está e acertou a compra de uma passagem de retorno para amanhã (segunda-feira). Atitudes são melhores que palavras. Vamos continuar ajudando e compartilhando até que o caso seja resolvido da melhor maneira”, postou a Arquibancada Feminina.
No desabafo feito no sábado (20/4), Beiral disse que ainda espera o recebimento de salários atrasados e da passagem de retorno ao Brasil. “Estou isolada, mal tenho o que comer e estou enfrentando situações que nunca imaginei viver”, relatou.
“Minha mente está muito abalada. Já não sei mais o que fazer para sair desse lugar. Eles acabaram com meus sonhos, com a minha esperança… e com a minha paz”, prosseguiu Beiral (leia a nota completa ao fim da matéria).
Em entrevista ao ge, ela detalhou a situação dos salários atrasados: “Meu contrato era até dia 7 de abril. O campeonato acabou dia 11. Eu já tinha cobrado deles os meus salários atrasados e minha passagem, mas não tive respostas”. Ela está morando no alojamento do clube, junto de outras atletas que também não receberam os respectivos vencimento.
No futebol brasileiro, Jéssica Beiral atuou por equipes como Vitória, Betim e Mixto-MT.
Desabafo de Jéssica Beiral na íntegra
“Hoje eu venho expor uma situação que estou guardando há 4 meses.
Como toda atleta do futebol feminino, sempre buscamos o melhor: melhores salários, condições dignas, contratos justos. Mas, infelizmente, muitas vezes somos enganadas.
Recebi uma proposta para jogar na Turquia. Um contrato admirável, com cláusulas que me animaram e um salário que eu nunca havia recebido antes. Era a chance de realizar um sonho. Mas quando cheguei aqui, percebi que nada era como o prometido.
O salário não foi pago, a alimentação é precária e as condições são desumanas. Isso destrói o psicológico de qualquer pessoa.
Já estou há 10 dias esperando pelos salários atrasados e pela minha passagem de volta para o Brasil. Não tenho respostas da diretoria, estou isolada, mal tenho o que comer e estou enfrentando situações que nunca imaginei viver.
Minha mente está muito abalada. Já não sei mais o que fazer para sair desse lugar. Eles acabaram com meus sonhos, com a minha esperança e com a minha paz.
Peço a ajuda de vocês. Compartilhem esse post. Que ele chegue até alguma autoridade, alguém que possa me ajudar a sair daqui.
Eu só quero voltar para casa e retomar minha vida.”