
Um dos nomes mais conhecidos do futebol asiático teve a sentença de 20 anos de prisão confirmada por um tribunal superior na China. Acusado de envolvimento em esquema de corrupção que abalou as estruturas do esporte no país, o ex-jogador Li Tie – que defendeu o Everton, na Premier League, e também comandou a Seleção da China como técnico -, teve o recurso negado pelas autoridades judiciais.
Dessa forma, o tribunal popular da província de Hubei manteve a decisão tomada em dezembro de 2024. A corte apontou que, entre 2015 e 2021, Li Tie participou ativamente de um esquema que movimentou cerca de US$ 16,5 milhões – aproximadamente R$ 93 milhões – em propinas.
O dinheiro teria sido usado para manipular convocações, facilitar contratações e influenciar o resultado de competições.
Bastidores da corrupção
De acordo com as investigações, a atuação do réu não se limitava ao campo. Durante o período em que trabalhou como assistente técnico do Hebei China Fortune, e mais tarde como treinador principal da seleção nacional, ele teria articulado bastidores inteiros para favorecer dirigentes, clubes e empresários.
As autoridades consideraram a confissão como um agravante, não como um atenuante. O processo faz parte de uma ofensiva mais ampla do governo chinês para combater a corrupção no futebol – uma prática considerada sistêmica no país há décadas.
A sentença não foi um caso isolado. Em 2024, diversos nomes de peso do alto escalão do futebol chinês também foram condenados. O ex-presidente da Associação de Futebol da China (CFA), Chen Xuyuan, por exemplo, recebeu prisão perpétua. Outros dirigentes como Yu Hongchen, Chen Yongliang e Dong Zheng também receberam longas penas.