
Seguir no futebol depois de pendurar as chuteiras é o sonho e objetivo de muitos jogadores. Giovanni Palmieri, campeão da Série B do Campeonato Brasileiro com o América em 2017 e com passagem pelo Cruzeiro em 2020, foi para um ramo conhecido. Com a ajuda de um amigo, tornou-se sócio de uma empresa que agencia jovens jogadores.
A PS Sports é uma empresa nova no mercado do futebol. Segundo Giovanni, são cinco anos de atividade. Ele entrou para o quadro de sócios há pouco mais de dois anos. Motivado pelo quadro grave de lesões e pelo desgaste do esporte de alto rendimento, ele decidiu parar de jogar futebol aos 34 anos. O último clube foi o Grêmio Prudente, em 2023.
“Eu não queria continuar com a rotina de jogador, de viagem, de morar longe, eu tenho duas filhas e é muito importante para mim participar do crescimento delas. E aí surgiu a situação da empresa, estudamos a ideia de abrir uma empresa. Tenho um sócio que que trabalha já há muito tempo nessa área. Conversei com meu pai, com o meu irmão também. No final da minha carreira, o Fernando tocava sozinho. Depois que eu parei, entrei de vez”, contou o ex-lateral.
O ex-jogador detalhou que a própria vivência nos gramados é fundamental para o trato com os atletas e com os clubes de futebol.
“A gente conhece muita gente dentro do futebol, você joga com muita gente, trabalha com diretores. Tudo isso é uma forma de eu também poder ter portas para novos jovens jogadores que queiram ter essa experiência. A vivência que eu tive eu posso passar para os meninos. Entender que é um processo que demora na formação do atleta, não é do dia para a noite.”
“Nos bastidores a gente tenta realmente estar junto da família, estar junto do atleta para que a gente busque boas oportunidades, bons clubes, bons contratos, porque essa é minha função e ao mesmo tempo parceiro dos clubes”, falou.
Conexão com o irmão
Irmão de Giovanni, Emerson Palmieri defende o West Ham. A carreira do lateral-esquerdo não está nas mãos da PS Sports, mas o ex-jogador do América contou que participa das decisões.
“Eu participo das decisões, mas não cheguei a fazer contratos ainda para ele. Durante a carreira, foi praticamente os dois se ajudando. O futebol nos afastou fisicamente, mas tem uma conexão absurda. Nas tomadas de decisões de carreira a gente participa”, falou Giovanni.
A experiência com o irmão não deixa de ser um aprendizado: “Foi muito bom para ele ir para o West Ham. Duas, três semanas que ele foi, depois o Paquetá estava indo e era um cara que estava estava com ele no no Lyon. Ali os dois se deram muito bem. Tem mais dois anos de contrato, claro que agora tem uma janela de transferência no meio do ano, a gente não sabe o que pode acontecer.”
Captação de atletas
Ao No Ataque, Giovanni detalhou como funciona a captação de atletas. Com residência fixa em Santos, o ex-jogador contou que faz viagens para acompanhar os jovens, além de observá-los em campeonatos. A indicação por meio de amigos do meio do futebol também é um caminho para aumentar o número de agenciados.
“A gente não tem um número muito grande de atletas, até para a gente conseguir dar a atenção necessária, temos em torno de 20 atletas. Aparece um jogador indicado por um amigo, ou por um ex-treinador ou um ex-jogador que jogou comigo. A gente vai ver os campeonatos sub-14, sub-15. Antes disso acho muito cedo.”
“Porque os clubes não podem alojar e aí você precisa deslocar família, alugar apartamento, então é uma mudança muito drástica. Então por isso eu gosto de trabalhar a partir dos 14, 15 anos. Quando aparece o interesse, a gente conversa com os pais, tenta se aproximar, entender o que a família pensa”, falou o ex-jogador.
No início, a empresa também agenciava meninas. Contudo, a dinâmica do futebol feminino não estava tão inserida no cotidiano dos empresários, como o contato de dirigentes e a inserção nos clubes. Por isso, a empresa abriu mão de estar por trás das carreiras das atletas. Giovanni não descartou voltar ao mercado do futebol de mulheres no futuro.
Sonhos
Para além da empresa de agenciamento, Giovanni revelou sonho de ajudar ainda mais os jovens jogadores. No momento, contudo, a ideia está só no papel. O objetivo é atuar ainda mais na ampliação da sociedade na captação de atletas.
“Eu já tenho vontade de abrir um centro de de treinamento em Santos para atletas que estão formação, estão desempregado, buscando um treinamento extra, fazer algo mais profissional, com área de academia, com society, bem estruturado. É um sonho que eu tenho, mas ainda não estou conseguindo focar para isso. Realmente eu estou focado nesse desenvolvimento da empresa”, contou.